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Bolsonaro repetirá a estratégia de 2018?– Análise

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A decisão do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, de trocar de partido e concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul abre caminho para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) intensifique as articulações para a escolha de seu vice, tendo em vista a busca da reeleição no pleito de outubro.

A possibilidade de o ministro da Defesa, Braga Netto, se desincompatibilizar do cargo no dia 2 de abril aumenta a chance de ele ser o escolhido como parceiro de chapa de Bolsonaro. Nesse caso, ao indicar um general ligado às Forças Armadas para o posto, o presidente sinalizaria estar reeditando a fórmula da campanha de 2018.

No entanto, existem algumas diferenças em relação às eleições anteriores, ainda que Braga Netto seja o indicado a vice. Em 2018, Bolsonaro disputou o pleito praticamente sem estrutura partidária, já que o PSL, partido pelo qual se elegeu, e o PRTB, legenda da qual Mourão fazia parte, eram siglas muito pequenas e que tinham pouco tempo de TV.

Este ano, Bolsonaro contará com importantes partidos em sua coligação. Além do PL, o PP, o Republicanos, o PTB e outras legendas menores de direita, como o Patriota e o PRTB, devem apoiar formalmente a reeleição de Bolsonaro.

Se a opção do governo for realmente pelo nome de Braga Netto para vice, o ministro da Defesa deve se filiar ao PP ou ao Republicanos, ou seja, a um dos partidos do centrão. Dessa forma, Bolsonaro estaria contemplando, ao mesmo tempo, tanto as Forças Armadas quanto o centrão com a escolha de seu vice.

A escolha de Braga Netto também evitaria, por exemplo, que se travasse uma disputa interna no centrão para a escolha do vice de Bolsonaro, o que poderia provocar atritos internos na coligação governista.

Se escolher o ministro como seu vice, Bolsonaro estará sinalizando que sua chapa será declaradamente de direita. Guardadas as devidas proporções, seria a reedição do modelo de chapa de 2018, com um perfil ideológico mais bem definido.

Trata-se de uma estratégia distinta, por exemplo, da adotada pelo ex-presidente Lula (PT), que deve apresentar como vice o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que era do PSDB e se filiou ao PSB.

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