Com o anúncio de mais um reajuste no preço da gasolina e diesel, e com o surgimento de dúvidas sobre a efetividade dos projetos sobre os combustíveis, aumenta a preocupação com uma paralisação de caminhoneiros. Contudo, o movimento esbarra em alguns entraves.
Uma greve de caminhoneiros pode gerar grandes impactos, portanto, as lideranças da categoria temem acabar remando sozinhos, sem apoio popular e das grandes transportadoras. Também há receio da reação da Justiça. No ano passado, entre outubro e novembro, quando os caminhoneiros falaram em paralisação, o governo conseguiu dezenas de liminares contra o movimento.
À Arko Advice, Wallace Landim, o Chorão, fez a ressalva de que, se uma mobilização começar por outros grupos, ele vai ser o primeiro a tentar unir os caminhoneiros para participar. Chorão é presidente da ABRAVA (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores). Para ele, a saída para a crise seria o fim da paridade de importação, que iguala os preços brasileiros aos praticados no exterior.
A Arko também apurou que parte dos motoristas aguarda posicionamento das grandes transportadoras. Ao que tudo indica, no momento, não há interesse em promover qualquer paralisação, o que poderia resultar em ainda mais perdas.
Aprovação de projeto dos combustíveis
A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta sexta-feira (11), o texto que cria alíquota única do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre o combustível. O projeto também determina que a cobrança do imposto seja de um valor fixo sobre o litro de cada combustível. Atualmente, a alíquota é um percentual sobre o preço.
O projeto já havia sido aprovado pelo Senado e depende de sanção do presidente Jair Bolsonaro para entrar em vigor. A proposta é uma tentativa de aliviar a alta no preço do combustível.