Reforma tributária sofre resistência de importantes forças políticas

Senador Roberto Rocha (PSDB-MA), relator da PEC 110 é questionado por Izalci Lucas (PSDB-DF) e Weverton (PDT-MA). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Apesar da intenção no Senado de dar andamento à análise da Reforma Tributária ampla, na forma da PEC 110, algumas forças políticas remam na direção oposta e podem segurar o avanço da ideia.

O texto chegou a ser pautado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes do Carnaval, mas a votação acabou sendo adiada para a semana seguinte ao feriado.

Ainda que prefeitos de pequenas cidades estejam satisfeitos com o texto da PEC, prefeitos de médias e grandes cidades divulgaram uma nota em que repudiam o parecer publicado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA). São as cidades maiores que mais se beneficiam da arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS). “O ISS é uma base tributária promissora. Abrir mão desse imposto desequilibrará as finanças locais e comprometerá serviços públicos essenciais ofertados pelos municípios”, diz o texto.

Dentro do Congresso, uma parte dos parlamentares analisa que a proposta precisa de mais discussão por ter possíveis efeitos sobre as receitas de determinados estados. De acordo com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), a reforma transfere receitas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste para os estados do Sul e do Sudeste. Ela pede um mecanismo de compensação para votar a favor da PEC.

“A tributação tem que ser no consumo e não na produção, mas os estados produtores não podem definhar. Lá vivem pessoas que precisam comer, que precisam de emprego, renda e seus estados e municípios precisam arrecadar para prestar serviços de qualidade”, disse

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), declarou estar preocupado com os efeitos da possível emenda constitucional sobre a receita do estado do Amazonas. “Há efeitos perigosíssimos para o Amazonas e a Zona Franca de Manaus. O relatório remete para Lei Complementar e lei ordinária a alíquota do IBS e a criação do CBS. Além disso, o relatório diz que nenhum estado perderá receita por 40 anos, mas não define um mecanismo concreto que determine isso”, declarou.

Postagens relacionadas

Lula sanciona reoneração da folha de pagamentos

Mercado financeiro eleva projeção de inflação e ajusta PIB para 2024

Brasil e China: país asiático é o maior importador de produtos do agro brasileiro

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais