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Sem liderança no Senado, governo conta com atuações informais

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Depois que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) abriu mão da liderança do governo, em dezembro do ano passado, em virtude da amarga derrota na disputa pela vaga de ministro do Tribunal de Contas da União, o Palácio do Planalto tem tido dificuldades em encontrar um substituto.

O objetivo é achar um aliado de primeira hora que esteja disponível para o cargo, critério onde poucos se encaixam. Isso porque uma parte dos que estão na tropa de choque do governo irá se candidatar à reeleição ou se lançar ao governo dos respectivos estados. Como é o caso dos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Jorginho Mello (PL-SC). O ambiente na casa comandada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ainda é conhecido por ser menos favorável aos temas prioritários do governo, que tem uma base mais enxuta no Senado.

A alternativa tem sido usar esses aliados como líderes informais. Além dos citados, o governo conta com o líder no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e com a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), vice-líder do governo. Ela é autora de duas emendas solicitadas pelo Planalto aos projetos que tratam sobre combustíveis. Essa atuação informal, no entanto, tem limitações. Na primeira semana de fevereiro, a Comissão de Direitos Humanos aprovou, sem dificuldades, a convocação de dois ministros do governo Bolsonaro para explicarem suas posições sobre a vacina infantil.

Esses e outros acontecimentos demonstram que a ausência de um líder é cada vez mais sentida e solicitada, até mesmo pelos opositores de Jair Bolsonaro. Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), por exemplo, o projeto que trata sobre a privatização dos Correios não tem previsão para ser pautado. O presidente da CAE, Otto Alencar (PSD-BA), reconhece que sem um líder fica cada vez mais difícil negociar e chegar a uma solução para a matéria, uma das prioridades da equipe econômica. “No ano passado não tinha quórum. O governo pediu pra tirar o projeto da pauta. Agora, não tem nem previsão”, declarou o senador.

A dificuldade em dar celeridade a esse e outros projetos, como a reforma do Imposto de Renda, ou até mesmo em sabatinar indicados pelo governo, como nomes para diretorias do Banco Central, expõe ainda mais o prejuízo que a falta de um líder provoca. O senador Flavio Bolsonaro minimizou esses impactos, mas reconheceu a importância da função. “Tem muitas urgências para resolver, como os combustíveis. Claro que é importante ter um líder, mas temos vice líderes e aliados que atuam pelo governo”, afirmou. “Além disso, o Alexandre Silveira (PSD-MG) ainda não rejeitou o convite do presidente”, completou. Flávio espera que a definição sobre a liderança seja definida após o feriado de carnaval.

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