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Incerteza sobre federação pode provocar debandada no PSB

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Novidade nas eleições de 2022, as federações partidárias movimentam os bastidores da política. O desafio dos partidos é resolver diferenças e se unir, em um formato que, na prática, representa um matrimônio. A federação entre as legendas tem uma espécie de acordo pré-nupcial: por 4 anos não há possibilidade de rompimento.

Por isso, os diálogos ocorrem entre partidos que pensam de forma igual. Neste tipo de união, as bandeiras e ideologias importam muito. Mas não é só isso. Estão em jogo, principalmente, as 27 unidades da federação e seus respectivos candidatos. Ao se unirem, as legendas tem de escolher um único nome para cada governo de estado. Em alguns casos, é justamente aí onde mora o problema da relação.

O PT e o PSB, por exemplo, discutem a federação entre os partidos, junto ao PV e ao PCdoB, mas não conseguem chegar a um consenso sobre quais serão os candidatos em estados chaves para ambas as legendas. É o caso de São Paulo, onde Fernando Haddad é o candidato escolhido pelo PT, enquanto PSB defende o nome de Márcio França.

Essa indefinição tem causado um clima de preocupação entre deputados do PSB que vão concorrer à reeleição. A avaliação dos parlamentares procurados pelo Brasilianista é de que, caso o partido não federe, muitos ficarão prejudicados. Isso porque em estados onde o partido não há candidato majoritário (governador), e não há chapa com outras legendas, atingir o número mínimo de votos é visto como praticamente impossível.

“Concorrer sozinho é um suicídio”, avaliou Julio Delgado (PSB-MG), que vai passar o feriado avaliando a possível mudança de legenda. A estimativa, entre deputados federais, é de que ao menos 10 dos 30 parlamentares deixem a sigla. A janela partidária abre no dia 3 de março e fecha no dia 1 de abril.

Questionado sobre as possíveis saídas, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, minimizou a situação. Disse quem assim como alguns podem sair, outros também devem se filiar. Sobre as conversas com o PT, Siqueira afirmou que não dá para tomar decisões de “afogadilho” e é preciso “maturar” as negociações. A expectativa, no partido, é de que, nas próximas duas reuniões, questões pontuais possam ser superadas.

Otimista, o deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) acredita que a federação com partidos da esquerda seja fechada em breve.

“É o desejo fechar na próxima reunião. A gente defende isso porque se todo mundo se junta vamos ter mais chance de eleger uma base sólida de esquerda”, afirmou.

PSDB e Cidadania de casamento marcado

A primeira federação anunciada, até agora, foi do PSDB com Cidadania. O senador Izalci Lucas (DF), líder do PSDB no Senado Federal, avalia que a união trará benefícios, pois os dois partidos já atuam juntos. “O PSDB e o Cidadania sempre trabalharam juntos na Câmara. Essa federação partidária irá fortalecer e ajudar muito o trabalho dos dois partidos”, avaliou.

Além da união com o Cidadania, o PSDB negocia uma federação com MDB e União Brasil, mas já assume a possibilidade de que a aliança se dê apenas como uma coligação majoritária.

Também trabalham em prol de uma federação o PSOL e a Rede Sustentabilidade.

O que são as federações

A federação foi instituída pelo Congresso Nacional na reforma eleitoral de 2021 com o objetivo de permitir às legendas atuarem de forma unificada em todo o país, como um teste para eventual fusão ou incorporação. O Supremo Tribunal Federal validou a legislação e estendeu o prazo, que venceria em 1º de março, para que as federações ocorram. Agora, os partidos terão até o dia 31 de maio para pedir à Justiça Eleitoral o registro.

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