Início » Com Refis travado na Câmara, governo estuda Medida Provisória

Com Refis travado na Câmara, governo estuda Medida Provisória

A+A-
Reset
Câmara dos DeputadosDestaqueEconomiaMinistério da EconomiaNotíciasPolítica

A Câmara dos Deputados está entrando em recesso sem ter aprovado uma matéria de grande interesse empresarial – o PL 4728/2020, do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que objetiva instituir o Programa Especial de Regularização Tributária (PERT), o novo Refis.

O Ministério da Economia estuda a edição de uma Medida Provisória que atenda as médias e grandes empresas que se endividaram durante a pandemia de covid-19. As empresas esperam uma solução jurídica para quitar obrigações acessórias trabalhistas e tributárias, mas que ficaram no vácuo sem a aprovação do projeto.

A Casa adiou para 2022 a votação do projeto de lei do Refis, que prevê o parcelamento de débitos tributários para médias e grandes empresas. O texto chegou a ser pautado no Plenário na quinta-feira (16/12) mas foi retirado da ordem do dia depois de não encontrar acordo entre os deputados. 

O mecanismo de transação, apelidado pelo ministro da Economia de “passaporte tributário” permite a renegociação direta com o governo, mas a negociação depende de caso a caso. A discussão da MP ainda está em andamento, sem uma posição final da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional sobre o alcance da ampliação do “passaporte tributário”.

A MP do governo quer melhorar o instrumento de transação tributária para as empresas – quando há uma negociação direta e individual com perdão de algumas dívidas -, mas líderes do Congresso e setores empresariais pressionam para que a medida seja ampla e inclua um novo programa de parcelamento de débitos tributários, o Refis.

A equipe econômica resiste a um Refis robusto, com o argumento de que o impacto fiscal será superior a R$ 90 bilhões, levando-se em conta as condições colocadas pela Câmara. Acredita que mudanças na lei de transação tributária são mais bem “direcionadas” aos contribuintes mais afetados pela pandemia e avaliam que o programa até agosto foi um “sucesso”. 

O novo programa também beneficiaria pessoas físicas ao abranger tributos como o Imposto de Renda e parcelas atrasadas do eSocial, plataforma de registro de obrigações trabalhistas e tributárias.

Por causa das discordâncias, o relator do projeto, deputado André Fufuca (PP-MA), pediu o adiamento da discussão e da votação para o primeiro dia útil do ano legislativo de 2022. Fufuca apresentou seu parecer e defendeu o projeto, argumentando com a PEC dos Precatórios. “Se o Governo Federal que tanto arrecada não tinha condições de pagar seus precatórios, imagine aquele comerciante, aquele empresário, aquele industrial”, disse.

O deputado argumentou que o Refis não vai impactar negativamente o Orçamento. Para ele, a adesão dos devedores ao programa levará a um aumento “imediato” da arrecadação de impostos. A ideia inicial era fixar regras iguais para as empresas, como cobrava o setor empresarial. Mas a proposta sofreu forte oposição do ministro da Economia, Paulo Guedes, que defende a fixação dos descontos de multas, juros e encargos legais ao desempenho das empresas durante a pandemia.


Cliente Arko fica sabendo primeiro

André FufucaCâmara dos DeputadosImposto de RendaMinistério da EconomiaPaulo GuedesRefisReforma do IRRodrigo Pacheco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais