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Negociação entre PT e PSOL enfrenta obstáculos

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O PT está aumentando a pressão para que o líder do Movimento do Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), que ficou em segundo lugar na eleição para a Prefeitura de São Paulo (SP) em 2020, tendo obtido 20,24% dos votos válidos no primeiro turno e 40,62% no segundo turno, desista de concorrer ao Palácio do Bandeirantes em favor da frente de esquerda.

Comenta-se nos bastidores que o PT teria oferecido o apoio a uma eventual candidatura de Boulos à Prefeitura da capital paulista em 2024. Em troca, o PSOL apoiaria o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) na disputa ao governo de SP em 2022.

Apesar do desejo do PT em ter o apoio de Guilherme Boulos do PSOL ao nome de Fernando Haddad, líderes psolistas avaliam que os petistas não entenderam que a última eleição mostrou uma mudança de forças. Além disso, argumentam que 2024 está “muito longe”.

O bom desempenho de Boulos na disputa pela Prefeitura, sendo o protagonista do campo da esquerda, tirou o protagonismo do PT entre as forças progressistas na capital. Preocupado que isso ocorra também no Estado, os petistas querem uma união das esquerdas em torno de Haddad.

O desejo do PT não será uma negociação fácil. Segundo as pesquisas que tem sido divulgadas, Haddad teria hoje cerca de 17% das intenções de voto. Boulos aparecem com percentuais em torno de 12%. Como percentuais similares, convencer o PSOL a não lançar Boulos exigirá uma grande engenharia política.

No PT, a avaliação é que o caminho para enfrentar o ex-governador Geraldo Alckmin, que deve sair do PSDB em breve, e o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ficaria muito mais fácil se os dois partidos – PT e PSOL – estiverem do mesmo lado. A proposta dos petistas, além de apoiar Guilherme Boulos em 2024, é oferecer ao PSOL a vaga de vice ou a candidatura ao Senado na coligação.

Para tentar convencer o PSOL a apoiar Fernando Haddad, o PT também tem apelado para as pesquisas de intenção de voto. Os petistas dizem que o ex-presidente Lula (PT) tem mais de 50% das intenções de voto na periferia da capital paulista e que o potencial de voto de Haddad cresce cerca de 10 pontos quando seu nome é associado a Lula.

Assim, a avaliação interna é que, mais perto da eleição, os campos de esquerda e centro-esquerda deverão escolher apenas um dos dois —e deverão pender para Haddad.

No entanto, o PSOL entende que precisa de uma candidatura a governador para fortalecer o partido na eleição proporcional – para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa. Além disso, o PSOL desconfia da promessa para 2024. Membros do partido dizem que a eleição municipal ainda está “muito longe”.

Embora a negociação entre PT e PSOL enfrente obstáculos, haverá apelos, principalmente vindos do ex-presidente Lula, em favor de uma união entre os dois partidos. Caso Haddad e Boulos estejam no mesmo palanque, crescem as possibilidades da esquerda chegar ao segundo turno.

Dentro do objetivo de unificar a esquerda em SP, o ex-governador Márcio França (PSB), caso não componha com o ex-governador Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB, também é cobiçado. A chapa dos sonhos de Lula é ter Fernando Haddad como candidato a governador, Guilherme Boulos de vice e Márcio França concorrendo ao Senado.

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