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O impacto político do 7 de setembro

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Os próximos dias serão de importantes definições para partidos de centro e de direita que até aqui não apoiavam o impeachment de Jair Bolsonaro. A diretoria nacional do PSDB se reúne às 14h30 desta quarta-feira (8) para discutir o tema. A cúpula do PSD já se reuniu e anunciou que, a partir de hoje, o partido conta com uma comissão para acompanhar os desdobramentos das manifestações do 7 de setembro. Em nota, o presidente do partido, Gilberto Kassab, disse que o objetivo é “avaliar as reações às ameaças realizadas ao Estado democrático”.

Além disso, PSL e DEM, que estudam uma fusão, soltaram nota conjunta pedindo “respostas enérgicas e imediatas”.

“Hoje se torna imperativo darmos um basta nas tensões políticas, nos ódios, conflitos e desentendimentos que colocam em xeque a Democracia brasileira e nos impedem de darmos respostas efetivas aos milhões de pais e mães de família angustiados com a inflação dos alimentos, da energia, do gás de cozinha, com o desemprego e a inconstância da renda”, diz o documento.

A diretoria do PSL deve realizar uma reunião nos próximos dias para discutir tanto a fusão como o apoio ao impeachment.

Além desses partidos, os presidentes do MDB e do Solidariedade também passaram a defender o impeachment após os atos de 7 de setembro. As duas siglas devem fazer, na próxima semana, reuniões e consultas aos membros de suas executivas nacionais para definir um posicionamento.

“O MDB respeita divergências programáticas, mas se aferra à Constituição que determina a independência harmônica entre os poderes. Contra isso, o próprio texto constitucional tem seus remédios em defesa da democracia, que é sinônimo da vontade do povo”, publicou o deputado Baleia Rossi, presidente do MDB.

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Impacto na pauta

Dentro do Congresso, o posicionamento de Bolsonaro foi visto como um divisor de águas na relação política com os deputados e senadores. “No Senado, a frase que eu mais ouvi é que, se você não é um senador que já está marcado como bolsonarista, o 7 de setembro distanciou muito a relação do presidente com os senadores de centro, o que deve ter impacto na agenda. É um dia que o governo perde pontos no Senado Federal”, explica Lucas de Aragão, cientista político e analista da Arko Advice.

O Senado tem nas mãos importantes projetos para o governo: o marco legal da cabotagem e a reforma do Imposto de Renda são dois exemplos.

Essa repercussão é consequência do discurso duro feito por Bolsonaro na terça-feira (7). Na Avenida Paulista, em São Paulo, ele chamou Alexandre de Moraes de “canalha” e declarou que não cumprirá mais as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele ainda mandou um recado para Luiz Fux, presidente da corte:

“Não podemos mais aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica continue barbarizando a população. Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”, avisou.


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