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Campos Neto: BC avalia crise hídrica como um problema de preço

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O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, declarou nesta sexta-feira (3/9) que a instituição vê a crise hídrica mais como um tema de preços do que de racionamento. Ele reconheceu que a bandeira tarifária mais elevada tem impacto forte sobre a inflação e que, por isso, o BC está acompanhando essa evolução “no detalhe”.

No evento Estadão Finanças Mais, Campos Neto também indicou que o BC abrirá em breve sua visão sobre o hiato do produto, indicador que mensura as oscilações cíclicas da economia, entendendo que isso pode explicar a diferença entre os cálculos da inflação para 2022 vistos pelo BC e pelo mercado.

Sobre a crise hídrica, Campos Neto pontuou que os diversos reajustes de bandeira vermelha e a implementação da última bandeira, associada à crise hídrica, “impactam bastante” a inflação, já que os preços de energia elétrica se disseminam pelas cadeias produtivas. Por isso, ele reforçou que o BC tem olhado esse movimento de perto.

“Vamos acompanhar, muito importante acompanhar essa parte hídrica nos próximos meses. Lembrando que a gente ainda entende que é mais um tema de preço do que de racionamento porque, se a gente tem uma chuva, mesmo que seja um pouco abaixo da média, ainda assim os reservatórios ficam acima de 10%”, disse.

“Então isso não implica racionamento. Mas é importante acompanhar no detalhe o que vai acontecer com essa próxima estação”, complementou, destacando que este é problema “bastante grave” para os próximos meses.

Segundo Campos Neto, a incorporação desse efeito dos preços de eletricidade tem afetado o aumento nas expectativas de inflação para este ano, também influenciando “um pouco” as expectativas de 2022.

Campos Neto ponderou que há um grande desafio em fazer política monetária em meio a incertezas, destacando que no Brasil houve “crise hídrica em cima de todos os choques”. Alguns desses choques, de acordo com ele, são de oferta e disrupção em cadeias, com grande parte deles sendo globais, sendo mais difícil, portanto, prever sua normalização.


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