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Deputados e senadores repudiam desfile com exibição de blindados militares em Brasília

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Parlamentares se manifestaram com repúdio a iniciativa das Forças Armadas de exibir, nesta terça-feira (10), veículos blindados e armamentos em um ato com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. De acordo com a Marinha, o ato teve o intuito de convidar Bolsonaro a participar de um treinamento de militares das três forças armadas em Formosa (GO), no dia 16 de agosto.

O desfile aconteceu no mesmo dia em que a análise da PEC que prevê a adoção do voto impresso está prevista na Câmara dos Deputados. Arthur Lira afirmou que se trata de uma “terrível coincidência”. Bolsonaro vem mantendo um discurso de que se não houver voto impresso, pode não haver eleições em 2022.

Deputados e senadores interpretaram o ato como provocação de Bolsonaro. O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), Humberto Costa (PT-PE), o evento é uma demonstração de força de Bolsonaro para tentar pressionar e intimidar os deputados federais que irão votar a matéria. “Queria manifestar aqui o meu repúdio ao presidente da República, que em vez de estar preocupado em cuidar do país, está preocupado em cercar o Congresso Nacional e, com isso, tentar intimidar os parlamentares na votação de um tema que é simples, é parlamentar, é da legislação, e está sendo transformado numa espécie de pretexto para demonstrações desse tipo, e quiçá até tentativas de golpe no nosso país”, disse.

Os partidos Rede e PSOL apresentaram um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando liminar para impedir o desfile no centro de Brasília durante a votação da PEC 135/2019.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que entrará com uma ação popular para tentar impedir o gasto de recursos públicos com o desfile. “As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não. O Brasil não é um brinquedo na mão de lunáticos”, afirmou pelo Twitter.

Também por meio de sua rede social, a líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), declarou que o desfile é um exemplo de “intimidação real, clara, indevida e inconstitucional”. Ela acrescentou que, “se [o desfile] acontecer, só cabe à Câmara dos Deputados rejeitar a PEC [proposta de emenda à Constituição], em resposta clara e objetiva de que vivemos numa democracia e que assim permaneceremos”.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que um parlamento independente não será intimidado pela exibição. “Sobre essa história de tanques nas ruas, não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados mas, se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, escreveu em sua rede social.


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