Daniel Marques Vieira O senador Ciro Nogueira (PP-PI) tomou posse como ministro da Casa Civil, a mais importante cadeira da Esplanada. A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (4), foi lotada. Ministros, senadores, deputados e até governadores compareceram. Na entrada, os convidados faziam fila.
De acordo com o presidente, Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira chega ao governo com a missão de pacificar o relacionamento com o Congresso Nacional. “A chegada de Ciro Nogueira é uma demonstração por parte do governo que nós queremos, cada vez mais, aprofundar o relacionamento com o Parlamento. Temos hoje uma convivência pacífica”, disse Bolsonaro.
Amortecedor
Para ilustrar a sua nova função de articulador do governo, o novo ministro usou uma metáfora:
“Sabemos que a política muitas vezes provoca choques, tremores e abalos. Eu gostaria que toda vez que vossa excelência me visse, lembrasse de um amortecedor”, comparou, explicando logo em seguida:
“Nesse momento de tantas trepidações, eu quero contribuir como esse equipamento que pode estabilizar, diminuir as tensões e ajudar para que essa viagem seja mais serena, estável e confortável para todos”, disse.
Ciro Nogueira também citou o ex-senador Petrônio Portella, que presidiu o Senado durante os governos militares de Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel para dizer que não é problema mudar de opinião.
“Petrônio sempre foi um sinônimo de conciliação e democracia, mesmo em momentos mais incertos. Ele foi a favor de João Goulart, mas amigo do general Castelo Branco, não foi excluído e entrou para a Arena, onde se tornou parceiro de Geisel, e de Figueiredo na transição para a Democracia. Petrônio nos deixou a lição de que não é problema mudar de opinião. Mudar de opinião não é contradição, desde que seja para melhor”, disse.
A fala justifica a aliança de Nogueira com os ex-presidentes Lula e Dilma. Nogueira era aliado dos governos petistas e chegou a chamar Bolsonaro de fascista durante a campanha.
