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Falta de chips segura retomada na indústria automotiva brasileira

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Enquanto parte da economia começa a mostrar sinais de recuperação econômica, a indústria automotiva no Brasil tem sido afetada por um efeito improvável da pandemia de covid-19: a falta de chips de computador. A escassez de semicondutores gerou queda na produção de veículos no primeiro semestre. De acordo com estimativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), entre 100 mil e 120 mil automóveis deixaram de ser produzidos no primeiro semestre de 2021.

Em uma comparação com junho de 2019, no mesmo mês de 2021 foi registrada uma produção de carros 22% menor.

“Esse problema afeta todos os países produtores e tem impedido a plena retomada do setor automotivo”, explica o Presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes. “Nossa expectativa é que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis anos”, avalia.

No começo do ano, aliado às dificuldades geradas pela pandemia, a falta de semicondutores levou ao fechamento temporário de, pelo menos, 14 montadoras de veículos, de acordo com a consultoria americana Auto Forecast Solutions (AFS). A unidade da General Motors em Gravataí (RS), por exemplo, espera voltar a funcionar apenas em 16 de agosto. Em São Caetano do Sul (SP), a suspensão das atividades vai até 26 de agosto.

O problema se agrava com a dependência cada vez maior dos automóveis de sistemas eletrônicos, que já representam cerca de 40% do custo de um veículo, de acordo com dados da consultoria Deloitte divulgados pela General Motors. Hoje, além das telas touch já comuns nos carros, componentes eletrônicos são responsáveis por controlar sistemas de airbags, injeção eletrônica, transmissão automática e até sensores para leitura do nível e vida útil do óleo do motor.

De acordo com a Chevrolet, o Novo Onix chega a ter aproximadamente 1.000 semicondutores e sistemas integrados espalhados por quase 20 módulos, até o dobro da quantidade encontrada em outros modelos da mesma categoria.

“Não vamos deixar de oferecer aquilo que nossos clientes mais valorizam em um automóvel nem focar em versões básicas em razão da escassez momentânea de suprimentos, mesmo que isso impacte temporariamente nossa produção”, informa Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul.

Indústria automotiva: Escassez mundial

Não é só no Brasil que a indústria tem sido afetada pela falta de chips semicondutores. Com o crescimento da venda de computadores, celulares e outros eletrônicos na pandemia, e a falta de peças, até mesmo o suprimento de Iphones e Macbooks caiu.

De acordo com o site de notícias americano NPR,o diretor financeiro da Apple, Luca Maestri, estimou a investidores que até agosto as vendas desses produtos devem cair, reduzindo a receita da gigante da tecnologia em até US$ 4 bilhões.


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