A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia entrou em uma nova fase de investigações cujo foco é um esquema de corrupção no Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro, afirmou, nesta terça-feira (29), à Arko Advice, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP).
De acordo com Randolfe, uma série de questionamentos foram formados após o depoimento dos irmãos Miranda, realizado na última sexta-feira (25), que denunciaram um suposto esquema corrupto no governo Federal (e acusaram o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de ser um dos articuladores do plano corrupto).
“Não temos um ponto solto, temos uma teia toda solta que mostra indícios de corrupção no Ministério da Saúde com tentáculos talvez nos estados, sobretudo no Rio de Janeiro. Aprofundaremos nossas investigações nessas partes”, disse o senador. Questionado se as buscas poderiam chegar até o presidente Jair Bolsonaro, Rodrigues afirmou que o chefe do Executivo “já está implicado (…) ele já centro das investigações”.
Rodrigues também afirmou que as investigações irão além de Ricardo Barros. “Barros irá comparecer à CPI, mas o escopo será muito maior, tem uma quantidade enorme de requerimentos que nós vamos procurar apreciar”, disse.
Renovação da CPI
Inicialmente arquitetada para durar 90 dias, a CPI da pandemia será renovada pelo mesmo período, afirmou Randolfe. Dessa forma, a comissão terá até o mês de novembro deste ano para conduzir seus trabalhos. No entanto, segundo o senador, as investigações não precisarão usar todo o período, pois devem finalizar em cerca de 30 ou 40 dias.
“Pretendemos usar um prazo menor que os noventa dias, imagino trinta, quarenta e cinco dias, no máximo, para conclusão dos trabalhos”, afirmou.
Recesso
Randolfe Rodrigues ainda mencionou a possível paralização da CPI em decorrência do recesso parlamentar, que está marcado para a segunda quinzena de julho. Segundo ele, caso o recesso seja confirmado, a CPI pode dar uma pausa nos depoimentos e passar para uma fase de análise de documentos.
Apesar do vice-presidente ter assumido a possibilidade de interromper os trabalhos da comissão durante o período, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que vai defender a continuidade dos depoimentos. “É sempre muito ruim paralisar uma investigação, ainda mais uma complexa como essa”, disse, à Arko.
Colaborou: Pedro Costa Teodoro
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