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Muitas indefinições no tabuleiro da sucessão paulista

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A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes tem um cenário de elevada incerteza. O PSDB sequer tem um candidato natural em seu grande reduto eleitoral. O governador João Doria anunciou, na semana passada, que disputará as prévias do partido que definirá o candidato tucano ao Palácio do Planalto. Mesmo que Doria seja derrotado, talvez ele abra mão de concorrer à reeleição.

Sem Doria no páreo, dois nomes podem representar o PSDB: o vice-governador Rodrigo Garcia, que recentemente se filiou à legenda, e o ex-governador Geraldo Alckmin. No entanto, existe a possibilidade de Alckmin trocar de partido para concorrer a governador ou senador. Uma das alternativas é o DEM. Com esse movimento, ele poderia levar com ele alguns prefeitos que hoje estão no PSDB, mas são seus aliados.

No campo da esquerda, o ambiente também é de indefinição. Cotados como pré-candidatos ao governador de SP, o ex-prefeito de SP Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) ainda estão distantes de um entendimento. Sem um acordo, há o risco da esquerda novamente ficar de fora do segundo turno. A única vez que a esquerda disputou o segundo turno numa eleição a governador de SP ocorreu em 2002, quando José Genoino (PT) foi derrotado por Alckmin.

Nesse complexo jogo há ainda o PCdoB, que historicamente é aliado do PT, o PSB, partido do ex-governador e pré-candidato, Márcio França, e o PDT, que poderá ter candidatura própria por conta da necessidade de construção de um palanque para o ex-ministro Ciro Gomes em SP.

Internamente, PT e PSOL avaliam que, pela primeira vez desde a redemocratização, é possível uma vitória das esquerdas em SP. No entanto, parte dos petistas se diz incomodada com o discurso de Boulos de que sua candidatura é irrevogável, o que interditaria o diálogo sobre alianças. Haddad, por outro lado, evita se declarar pré-candidato e tem dito que é cedo para discutir nomes.

A ideia que circula na direção do PT é oferecer a Boulos o apoio para a eleição de 2024 à Prefeitura de São Paulo. A proposta envolve lançar Boulos a deputado federal em 2022 e, em troca, abrir espaço a indicações do PSOL para o vice e também para o candidato ao Senado na chapa petista de Haddad.

Parlamentares que apoiam Boulos no PSOL reagiram negativamente à hipótese, defendendo a manutenção da sua pré-candidatura.

Também afeta os rumos da esquerda a questão envolvendo Geraldo Alckmin. Caso Alckmin não concorra novamente a governador, há espaço para PT e PSOL buscarem uma aproximação com Márcio França, que foi vice de Alckmin e é muito próximo do ex-governador.

O bolsonarismo também procura candidato. Na recente motociata realizada pelo presidente Jair Bolsonaro em SP, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Sem partido), foi novamente saudado como pré-candidato a governador. Além dele, também são opções bolsonaristas o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Sem partido), o ex-ministro Abraham Weintraub (Sem partido), o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL) e o presidente da FIESP, Paulo Skaf (MDB).

Também no campo da direita, mas rompidos com Bolsonaro, também figuram as pré-candidaturas do deputado estadual Arthur do Val (Patriota) e o deputado federal Vinicius Poit (Novo).

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