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Depoimentos na CPI mostram que governo acreditava na imunidade de rebanho, avalia senador Humberto Costa

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A CPI da Pandemia já alcança sua terceira semana, tendo interrogado o atual e todos os ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, com exceção de Eduardo Pazuello. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), um dos representantes da oposição na CPI, os depoimentos mostram que o governo teve uma atuação errática no combate à pandemia.

Segundo o parlamentar, um dos principais erros do governo revelados pelas testemunhas foi pautar o combate à covid-19 em crenças equivocadas, como a chamada “imunidade de rebanho”. “Na visão dele, isso faria com que o vírus deixasse de circular. Mas, ao lado disso, a doença, que é extremamente grave, já provocou centenas de milhares de mortes, infectou milhões de pessoas e, inclusive, muitas delas ficaram com muitas sequelas”, disse o senador.

Humberto Costa também avalia que as tentativas do ex-ministro Eduardo Pazuello não ir à comissão ou de receber autorização para ficar calado mostram que o presidente Jair Bolsonaro tem medo de acabar comprometido pela CPI. “Se tem alguém que foi um fiel cumpridor de todas as orientações e decisões do Presidente da República foi o senhor Eduardo Pazuello”, avalia.

Confira a entrevista completa:


Três perguntas: Senador Humberto Costa (PT-PE), membro titular da CPI da Pandemia

Qual o balanço que o senhor faz da CPI até este momento?

Eu acho que a CPI vem cumprindo de forma muito eficiente o papel a que ela se destina: fazer um levantamento do que aconteceu no Brasil ao longo desse um ano e três meses de pandemia, onde o que há de mais marcante é uma condução equivocada, errática, por parte do governo brasileiro no enfrentamento a covid-19.

Com as informações obtidas, já é possível fazer alguma avaliação?

Fica evidente, nos depoimentos e informações que temos até agora, que o Presidente da República decidiu que a melhor maneira de enfrentar a covid-19 era permitir que a maioria da população brasileira se contaminasse e que com isso fosse criada uma espécie de imunidade natural. Na visão dele, isso faria com que o vírus deixasse de circular. Mas, ao lado disso, a doença, que é extremamente grave, já provocou centenas de milhares de mortes, infectou milhões de pessoas e, inclusive, muitas delas ficaram com muitas sequelas.

O governo tem tentado evitar que Pazuello fale. A oitiva dele é uma ameaça para o governo? Qual o valor desse depoimento?

A vinda do ex-ministro Eduardo Pazuello a CPI é, na verdade, uma forma de confirmarmos todas essas conclusões que estamos tendo e para buscarmos fatos novos para que a investigação possa se aprofundar. Será lamentável se ele se ausentar ou se apenas permanecer em silêncio diante dos senadores.

Na verdade, ele está com medo, mas também é um medo que o governo tem, especialmente o Presidente da República. Se tem alguém que foi um fiel cumpridor de todas as orientações e decisões do Presidente da República foi o senhor Eduardo Pazuello. Portanto, a responsabilidade que ele tem sobre essa tragédia sanitária, social, econômica e política que o Brasil vive hoje é também do Presidente da República em igual intensidade.

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