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Brasil e EUA registram pior intercâmbio comercial em 11 anos

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Internacional

O ano de 2020 marcou uma queda significativa do comércio entre Brasil e Estados Unidos, embora haja a proximidade ideológica e até mesmo uma amizade, entre os presidentes dos dois países. O último ano registrou o pior resultado de intercâmbio comercial em 11 anos, segundo a Amcham Brasil.

As barreiras tarifárias impostas, pelo até então presidente Donald Trump, não puderam ser revertidas e, juntamente com a crise do novo coronavírus, prejudicaram a indústria brasileira.

Segundo dados do Ministério da Economia, a soma entre exportações e importações em 2020 foi de US$ 45,6 bilhões, redução de 23,8% em relação a 2019. Foram vendidos US$ 21,5 bilhões (-27,8%), enquanto as compras somaram US$ 24,1 bilhões (-19,8%). Houve, portanto, déficit de US$ 2,6 bilhões.

O governo brasileiro entende que para o ano de 2021 o importante é buscar uma aproximação com o novo presidente americano, Joe Biden. Nesse intuito, o presidente Jair Bolsonaro enviou-lhe uma carta buscando um entendimento e uma demonstração de boa vontade entre as partes. Bolsonaro citou a defesa da democracia e das liberdades individuais como elementos compartilhados entre os dois países.

Vale lembrar que, em novembro de 2020, o presidente brasileiro, ao ser questionado sobre eventuais barreiras comerciais americanas contra o Brasil – por conta de incêndios na Amazônia -, disse que “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”. A questão ambiental foi colocada como prioridade para o mandato de Biden, o que poderá pressionar o agronegócio brasileiro.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o início do governo democrata nos Estados Unidos permitirá a continuidade na agenda de acordos bilaterais com os norte-americanos visando preparar o empresário brasileiro para um livre comércio.

Durante o mandato do ex-presidente Barack Obama, do qual Joe Biden foi vice, Brasil e EUA avançaram em importantes agendas comuns, com a assinatura dos acordos Céus Abertos, previdenciário e de cooperação econômica e comercial. Agora, o setor privado tem grande expectativa para o início das negociações de acordos bilaterais com os Estados Unidos. A indústria nacional, por meio do Conselho Empresarial Brasil-Estados-Unidos, defende uma ampla agenda de trabalho com esse parceiro comercial.

Entre as prioridades estão os acordos para evitar a dupla tributação e de investimentos. A indústria também defende o diálogo para a remoção de barreiras ao comércio e aos investimentos entre os dois países.

Durante o governo Trump, iniciativas como o acordo de salvaguardas tecnológicas (AST) para permitir o uso comercial do centro de lançamento de Alcântara, no Maranhão, podem render resultados em um futuro para o Brasil. O acordo prevê que os Estados Unidos poderão lançar satélites e foguetes da base maranhense.

Trump exigiu que Bolsonaro abandonasse o tratamento especial que o Brasil recebia na Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca de apoio à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no entanto, Trump deixou o cargo e não alterou a recomendação.

O Brasil é apenas o 19º maior importador dos Estados Unidos, mas os americanos são os vice-líderes em compras daqui, atrás apenas da China.

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