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Invasão do Capitólio repercute na política brasileira

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A invasão do Capitólio por manifestantes pró-Trump na tarde de quarta-feira (7) repercutiu entre políticos e juristas brasileiros, mas foi encarada de forma diferente entre representantes dos três poderes. Enquanto nomes do Judiciário, partidos políticos e parlamentares se pronunciaram quase sempre em repúdio à invasão, o Executivo vem se portando de forma a validar o movimento que questiona os resultados eleitorais.

Em uma fala a apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que a situação pode se repetir no Brasil. “Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter um problema pior que os Estados Unidos”, declarou. Além de dificultar a relação de Bolsonaro com o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, a fala repercutiu negativamente inclusive entre aliados do presidente.

Mais tarde, pelas redes sociais, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, apesar de dizer “lamentar e condenar a invasão da sede do Congresso”, também saiu em defesa dos manifestantes, dizendo que “há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”.

 

As reações mais fortes ao ocorrido nos EUA e às declarações do governo brasileiro vieram do Legislativo. Em publicação no Twitter, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que “a frase do presidente Bolsonaro é um ataque direto e gravíssimo ao TSE e seus juízes. Os partidos políticos deveriam acionar a Justiça para que o presidente se explique”.

Foi o que fizeram os parlamentares do PT, que entraram com duas representações: uma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outra na Procuradoria-Geral da República (PGR). A alegação é que Bolsonaro faz “acusações sem provas ao sistema eleitoral brasileiro e ameaças à democracia do País”.

Já no Senado, o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) decidiu direcionar suas críticas à realidade norte-americana e poupou Jair Bolsonaro, de quem vem recebendo declarações de apoio.

O PSL, partido que abrigou Bolsonaro até o final de 2019, também emitiu nota de repúdio contra o movimento pró-Trump, que questiona a validade das eleições. “Em uma democracia, não existe nada mais sagrado e soberano do que a vontade popular, expressa por intermédio do voto”, diz a nota. “O PSL tem compromisso com a liberdade, mas também com o Estado de Direito. Por isso, uniu-se a um bloco de partidos que luta por uma Câmara independente, livre e democrática”, pontua.

Judiciário

A invasão ao Capitólio também motivou declarações dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Luís Roberto Barroso, nas redes sociais, classificou a invasão como uma “ameaça à democracia”. Disse também que “pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apoiam a barbárie”.

O ministro do STF, Gilmar Mendes, ao tratar do assunto, destacou que “notícias falsas e milícias digitais não apenas corroem a democracia: elas colocam em risco a vida humana”.

Confira outras declarações sobre o caso:

 

Estados Unidos

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