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Falta de matéria-prima trava retomada na indústria

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Após uma rápida retomada das atividades, as indústrias brasileiras agora enfrentam uma nova dificuldade: a falta de matéria-prima. Em setembro, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as fábricas já vendiam mais do que antes da pandemia. Contudo, os fornecedores de insumos não voltaram no mesmo ritmo.

De acordo com a CNI, em outubro, 68% das indústrias estão com dificuldade para comprar insumos ou matérias-primas no Brasil. Outro problema é o aumento do dólar, que dificulta a importação de materiais. Entre empresas que precisam importar insumos, 56% relatam dificuldades. Além da falta de materiais, 82% das empresas também relataram aumento de preços.

De acordo com o órgão, durante o pior momento da crise, a demanda estava muito baixa e não havia perspectiva de uma retomada acelerada. Nessa situação, as empresas tendem a manter um nível mínimo de estoque e, assim, deixam de imobilizar recursos que poderiam atender compromissos financeiros de curto prazo. Como a venda de produtos em estoque era supostamente suficiente para atender a baixa demanda, o empresário evitava o custo de aumentar a produção e arriscar nova alta dos estoques.

De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), as indústrias têm tido dificuldade em comprar papelão, alumínio, ferro gusa, resinas e aço.

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Com a recuperação inesperada do consumo, a consequência é a dificuldade sentida pela indústria para atender os clientes – situação relatada por 44% das empresas ouvidas pela CNI. A expectativa de 73% dos empresários ouvidos na pesquisa é de que o fornecimento de matéria-prima só volte ao normal em 2021.

As informações foram coletadas por meio da pesquisa Mercado de Insumos e Matérias Primas, que coletou dados de 1.855 empresas, entre 1º e 14 de outubro.

“A economia reagiu em uma velocidade acima da esperada. Assim, tivemos um descompasso entre a oferta e a procura de insumos. E tanto produtores quanto fornecedores estavam com os estoques baixos. No auge da crise, vimos a desmobilização das cadeias produtivas e baixos estoques. Além disso, temos a forte desvalização do real, que contribuiu para o aumento do preço dos insumos importados”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Setores mais afetados

A dificuldade para se adquirir matéria prima é uma situação relatada em 10 dos 27 setores industriais consultados. Mas o principal afetado é o setor de móveis, onde 70% das indústrias estão com dificuldade para atender a demanda. Em seguida vem o setor têxtil (65%) e o de produtos de material plástico (62%).

 

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