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Pandemia favorece reeleição de prefeitos nas capitais

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Com restrições na campanha por conta da pandemia do novo coronavírus, os adversários de candidatos à reeleição têm enfrentando uma dificuldade a mais para se fixar na memória dos eleitores. Das 13 capitais onde os atuais prefeitos tentam se reconduzir ao cargo, em 11 eles estão na frente ou empatados no primeiro lugar dentro da margem de erro, de acordo com as mais recentes pesquisas Ibope, Datafolha e Paraná Pesquisas.

Os atuais prefeitos lideram as intenções de votos nas capitais São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Natal (RN), Aracajú (SE), Florianópolis (SC), Porto Velho (RO) e Palmas (TO). Em Cuiabá e Rio Branco, eles aparecem empatados dentro da margem de erro.

O candidato em situação mais confortável é Alexandre Kalil (PSD), em Belo Horizonte, que já conquistou 59,5% das intenções de voto, segundo a mais recente coleta do Instituto Paraná Pesquisas. Em segundo lugar, João Vitor Xavier (Cidadania) tem somente 8% dos eleitores.

Se nessas 11 cidades o resultado das pesquisas se repetir nas urnas, a taxa de sucesso dos candidatos à reeleição neste ano será de quase 85%. Nas últimas eleições municipais, em 2016, 20 prefeitos disputavam um segundo mandato em capitais e 15 foram reeleitos, taxa de 75% de sucesso. Já nas eleições para governador, em 2018, somente 10 dos 20 que tentaram reeleição conseguiram se reeleger – taxa de 50% de sucesso, a mesma das eleições municipais de 2012;

A única vez que a taxa de sucesso de candidatos a reeleição foi maior do que 95% foi em 2008. Vale lembrar que em 2000 foi realizada a primeira eleição municipal na qual era permitida a reeleição para a posição de prefeito. (Veja no gráfico)

*Os dados de 2020 se baseiam nas pesquisas de intenção de voto mais recentes na data de publicação desta matéria.

Rio de Janeiro e Porto Alegre são exceção

Somente nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS) os atuais prefeitos estão longe do primeiro lugar:

1- No Rio, quem lidera é Eduardo Paes (DEM), com 28% das intenções de voto, enquanto o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) tem 13%, de acordo com o Datafolha.

2- Em Porto Alegre, é Manuela D´Ávila (PCdoB) quem lidera as pesquisas, com 22,6% das intenções de voto, segundo dados do Instituto Paraná Pesquisas. O atual prefeito, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) aparece em terceiro, com 13,2%, tecnicamente empatado com o segundo lugar, o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB).

Pandemia favorece os atuais

É comum em eleições que candidatos à reeleição tenham vantagem na disputa, já que possuem a seu favor a visibilidade advinda do cargo que ocuparam nos quatro anos anteriores. Além disso, possuem à sua disposição toda a máquina estatal, que pode ser usada para promover ações e inflar a popularidade do prefeito na época próxima da eleição.

O analista político da Arko Advice, Carlos Eduardo Borenstein, avalia que essa vantagem se tornou ainda maior no contexto da pandemia. “Muitos prefeitos de capital conquistaram projeção durante o combate à pandemia, revertendo um cenário desfavorável a eles. A combinação da pandemia com a crise econômica gera uma demanda por renovação, mas também por experiência”, analisa.

Segundo ele, a situação deve se refletir nas urnas. “A campanha é curta e a abstenção tende a ser alta, consequência do medo de uma parcela do eleitorado em relação à Covid-19, fato que poderá beneficiar quem já tem mandato e é mais conhecido”, pontua.

 

 

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