Os últimos meses do governo Bolsonaro têm sido marcados por uma queda-de-braço interna que, de tempos em tempos, gera uma crise. A disputa entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, na última semana cresceu a ponto de que o próprio presidente precisou intervir para evitar maior desgaste.
A confusão começou em encontro de Marinho com investidores, quando o ministro teria criticado a atuação do colega, dizendo que o Renda Cidadã – programa social que é pensado para substituir o Bolsa Família -, vai sair “da melhor ou da pior maneira”. Mais de uma vez o governo tentou “driblar” o teto de gastos como forma de financiar o novo programa.
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Já Guedes mandou a resposta pela imprensa. Em entrevista, chamou Marinho de “despreparado, desleal e fura-teto”.
Foi Bolsonaro que precisou intervir. Pediu que Marinho não retrucasse e, em nota à imprensa, o ministro só disse que foi mal entendido e que suas falas foram distorcidas.
No sábado (3), Bolsonaro reuniu ministros no Palácio do Alvorada para dizer que tanto Guedes como Marinho devem continuar no governo. Como o ministro do Desenvolvimento Regional não pôde comparecer, a expectativa é que uma nova reunião seja feita ainda no começo desta semana.
Economia X Política
A briga entre Guedes e Marinho é motivada por um antigo desentendimento entre os dois ministros, que representam, respectivamente, as alas econômica e política do governo Bolsonaro. Enquanto Guedes defende o teto de gastos, Marinho tenta conseguir mais recursos para a realização de um número maior de obras públicas.