Russomanno larga na frente em cenário imprevisível

Foto: Agência Câmara

A primeira pesquisa de intenção de voto para Prefeitura de São Paulo (SP) após as convenções partidárias mostra que o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) larga em vantagem na capital paulista (ver tabela abaixo).

Hoje, seu principal adversário é o prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), que está em segundo lugar. Nota-se que na largada da disputa, temos uma polarização entre Russomanno x Covas. Os dois candidatos somam juntos 42% das intenções de voto.

CANDIDATOS

PERCENTUAIS (%)

Celso Russomanno (Republicanos)

24

Bruno Covas (PSDB)

18

Guilherme Boulos (PSOL)

8

Márcio França (PSB)

6

Arthur do Val (Patriota)

2

Joice Hasselmann (PSL)

2

Andrea Matarazzo (PSD)

1

Filipe Sabará (Novo)

1

Jilmar Tatto (PT)

1

Levy Fidelix (PRTB)

1

Orlando Silva (PCdoB)

1

Vera Lúcia (PSTU)

1

Branco/Nulo

23

Indecisos

10

*Fonte: Ibope (15 a 17/09)

No entanto, o atual cenário está longe de ser definitivo. Além do líder do Movimento do Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), estar atraindo o voto de esquerda das classes médias paulistanas, também está no jogo o ex-governador Márcio França (PSB), que carrega o recall da eleição de 2018, quando venceu o governador João Doria (PSDB) nos dois turnos na capital paulista.

Há ainda nomes que surfam na onda da “anti-política” e não devem ser menosprezados, principalmente devido a sua força nas mídias sociais: a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) e o deputado estadual Arthur do Val (Patriota).

Aplicando a margem de erro da pesquisa (três pontos percentuais para mais ou para menos), Boulos, Márcio, Joice e Arthur estariam hoje numa situação de empate técnico. Além disso, temos 33% do eleitorado paulistano “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos). Ou seja, o cenário da eleição em SP está totalmente aberto.

Outra questão importante a ser observada é que, embora Bruno Covas tenha arregimentado a maior aliança para o pleito, composta por 11 partidos (ver tabela abaixo), além de contar o controle da máquina administrativa e o maior tempo de TV, ele terá uma disputa difícil pela reeleição.

CANDIDATOS

VICE

COLIGAÇÃO

Bruno Covas (PSDB)

Ricardo Nunes (MDB)

PSDB, MDB, DEM, Podemos, PSC, PP, PL, PROS, Cidadania, PTC e PV

Celso Russomanno (Republicanos)

Marcos da Costa (PTB)

Republicanos/PTB

Guilherme Boulos (PSOL)

Luiza Erundina (PSOL)

PSOL/PCB/UP

Márcio França (PSB)

Antonio Neto (PDT)

PSB/PDT/SD/Avante

Andrea Matarazzo (PSD)

Marta Costa (PSD)

PSD

Antonio Carlos (PCO)

Henrique Áreas (PCO)

PCO

Arthur do Val (Patriota)

Adelaide Oliveira (Patriota)

Patriota

Filipe Sabará (Novo)

Marina Helena (Novo)

Novo

Jilmar Tatto (PT)

Carlos Zaratinni (PT)

PT

Joice Hasselmann (PSL)

Ivan Leão Sayeg (PSL)

PSL

Levy Fidelix (PRTB)

Jairo Glikson (PRTB)

PRTB

Orlando Silva (PCdoB)

Andrea Barcelos (PCdoB)

PCdoB

Marina Helou (Rede)

Marco Dipreto (Rede)

Rede

Vera Lúcia (PSTU)

Lucas Simabukulo (PSTU)

PSTU


Segundo o Ibope, quando o eleitor é questionado sobre o perfil do prefeito que gostaria que fosse eleito, 38% citam “alguém de fora da política”. 28% mencionam “alguém que não seja o atual prefeito nem alguém que represente o seu grupo”. E apenas 23% desejam “alguém que seja o atual prefeito ou que represente o seu grupo”.

Este sentimento mudancista também pode ser observado quando a opinião pública é questionada sobre quem gostaria que ganhasse a eleição. 37% querem alguém que “mantivesse só alguns programas, mas mudasse muita coisa”. 28% desejam um candidato que “mudasse totalmente a administração do município”.16% desejam alguém que “fizesse poucas mudanças e desse continuidade para muita coisa”. E somente 12% querem um candidato que “desse total continuidade à atual administração”.

Além do sentimento mudancista, joga contra Bruno Covas a alta desaprovação de João Doria na capital. De acordo com o Ibope, o apoio de Doria faria apenas 9% dos entrevistados votassem num candidato apoiado pelo governador. 25% disseram que votariam em alguém apoiado pelo ex-presidente Lula (PT). E 19% estão dispostos a votar num candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Nota-se que a associação com cabos eleitoral traz limites. 38% dos entrevistados dizem que diminui muito a possibilidade de votar em alguém apoiado por Doria. 41% afirma o mesmo em relação a Bolsonaro. E 34% dizem que diminuiria a chance de votar num candidato apoiado por Lula.

Ou seja, a associação com Bolsonaro e Lula, ao mesmo tempo em que poderá ajudar o candidato a crescer, também traz limites, sobretudo no segundo turno, quando o eleitor escolhe a opção que menos rejeita.

Vale registrar que o PT, embora possa contar com Lula como cabo eleitoral de Jilmar Tatto, tende a ter dificuldade de chegar ao segundo turno, pois uma parcela importante do voto progressista está alinhado com a chapa Boulos e Erundina.

Embora a disputa em SP comece polarizada entre Russomanno x Covas, nada está definido. Quando analisamos a rejeição dos candidatos, Covas é o mais citado (30%) seguido por Russomanno (24%), Fidelix (21%), Joice (17%), Boulos (13%), Arthur do Val (10%), Márcio (10%) e Tatto (9%)

Ou seja, Boulos, Márcio, Joice e Arthur tem potencial de crescimento, podendo surpreender com o decorrer da campanha e mudar a polarização inicial entre os candidatos do Republicanos e do PSDB.

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