Início » PT tenta construir agenda – Análise Arko

PT tenta construir agenda – Análise Arko

A+A-
Reset
Política

O PT anunciou que apresentará nos próximos dias um “programa de reconstrução nacional para a superação da crise”. O objetivo é “destravar a economia e apontar um modelo de desenvolvimento econômico e social que permita ao Brasil reduzir as desigualdades e assegurar justiça social”. A proposta contará com sugestões de outros partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro, caso de PDT, PSOL, PSB e PCdoB.

O mote do programa que está sendo preparado pela sigla foi antecipado pelo ex-presidente Lula na semana passada, em pronunciamento que circulou nas redes sociais. O slogan da proposta é “Vamos juntos reconstruir o Brasil”. A narrativa aponta em direção ao desenvolvimentismo e a um programa econômico de esquerda.

Tal proposta pode ser observada na defesa que Lula faz da necessidade de “vencer a pandemia, defender a vida e a saúde do povo, pôr fim a esse desgoverno e acabar com o teto de gastos, que deixa o Estado brasileiro de joelhos diante do capital financeiro”.

Leia mais:

Segundo os petistas, o partido está em “oposição direta ao projeto do ministro Paulo Guedes para a economia”. A defesa desse programa começará a ser feita durante a campanha para as eleições municipais de novembro, quando, além das propostas direcionadas à economia, o PT utilizará seu principal cabo eleitoral – o ex-presidente Lula – para tentar alavancar seus candidatos.

Embora Lula ainda seja uma referência por ter sido o último presidente em cujo mandato o país registrou expressivas taxas de crescimento econômico, as denúncias de corrupção que atingiram o ex-presidente e seu partido, assim como a má gestão da economia pela ex-presidente Dilma, o que culminou com seu impeachment, criam limites ao lulismo.

Pelo que foi esboçado até agora, o Plano de Reconstrução Nacional não apresenta elementos novos para além do que historicamente a esquerda defende.

A partir de um programa econômico focado no social, o PT tenta manter vivo o legado do lulismo para não perder seu protagonismo entre as esquerdas num momento em que o presidente Jair Bolsonaro, por meio do auxílio emergencial, avança sobre o eleitorado petista. Em outra frente, partidos como PDT, PSOL, PSB e PCdoB ensaiam movimentos para tentar retirar dos petistas a hegemonia no campo da esquerda, que vigora no país desde 1989.

*Análise Arko – Esta coluna é dedicada a notas de análise do cenário político produzidas por especialistas da Arko Advice. Tanto as avaliações como as informações exclusivas são enviadas primeiro aos assinantes. www.arkoadvice.com.br

Análise ArkoArko AdviceEleiçõespartidosPT

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais