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Bolsonaro quer Renda Brasil sem abrir mão do abono salarial

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Presidente mandou suspender Renda Brasil e pediu alterações à equipe econômica antes que o projeto seja enviado ao Congresso

Em evento em Minas Gerais, o presidente Jair Bolsonaro disse que suspendeu o envio ao Congresso do projeto que criaria o programa Renda Brasil. Ele demonstrou insatisfação com a proposta criada pela equipe econômica de Paulo Guedes. A ideia era extinguir auxílios e programas sociais, liberando verba para que o novo fundo viesse com o valor maior do que o antigo Bolsa Família, que ele se propõe a substituir.

“A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar a paupérrimos”, declarou.

Abono Salarial

A insatisfação de Bolsonaro é especificamente com a possibilidade de que o abono salarial do PIS/Pasep deixe de existir. O benefício tem o valor de até um salário mínimo (R$ 1.045) e é pago como uma espécie de 14º salário a trabalhadores que ganham até dois salários mínimos por mês. De acordo com o governo, neste ano, 20,5 milhões de pessoas vão receber o benefício, que soma R$ 15,8 bilhões.

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O abono salarial é visto pela equipe econômica como um dos benefícios que não tem resultado satisfatório, já que acaba por beneficiar também jovens em início de carreira, mesmo aqueles que não são de famílias pobres. Mas Bolsonaro defendeu a manutenção do programa. “Não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar a um Bolsa Família, um Renda Brasil, seja lá o que for o nome do programa”, declarou.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, era de se esperar que houvesse dificuldade para se acabar com o abono salarial. Contudo, o deputado defendeu que o governo enfrente o tema para que haja avanço. “É óbvio que é difícil acabar com o abono salarial, é óbvio que é difícil acabar com o seguro-defeso, é óbvio que é difícil desindexar o orçamento público. Mas também era difícil aprovar a reforma da Previdência”, avaliou.

“Acho que a gente vai ter que superar, sem dúvida nenhuma, esse debate. Enfrentar esse debate. Porque alguma solução para uma parte da sociedade além do Bolsa Família, vai ter que se encontrar um caminho. E esse caminho vai ter que ser organizado dentro do teto de gastos do próximo ano”, também defendeu Maia.

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