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Marcos Troyjo é o novo presidente do Banco do Brics

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EconomiaInternacional

Na última quarta-feira (27), o Conselho de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco do Brics, elegeu, por unanimidade, o brasileiro Marcos Troyjo, atual secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, para a presidência da entidade pelos próximos cinco anos. Troyjo assume o cargo do indiano Kundapur Vaman Kamath, primeiro a presidir o NDB, instituído na reunião de cúpula do Brics de Fortaleza, em 2014. No próximo dia 7 de julho tem início o mandato de cinco anos do brasileiro que se voltará, principalmente, para o enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19).

Com ampla experiência em estratégias de desenvolvimento no campo das políticas públicas, setor empresarial e mundo acadêmico, Troyjo é economista, cientista político e diplomata e foi cofundador e diretor do BricLab, centro de estudos sobre BRICS na Universidade Columbia, EUA, onde lecionou economia e relações internacionais. O novo presidente do NBD representa o Brasil em diversos conselhos de organizações econômicas multilaterais, entre elas o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Comitê de Desenvolvimento do Banco Mundial.

O Banco do Brics – que tem como países-membros originais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – tem capital inicial de US$ 50 bilhões e capital autorizado de US$ 100 bilhões; e como objetivo principal apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, públicos ou privados, no grupo e em outras economias emergentes.

Também foi escolhido para uma vice-presidência o indiano Anil Kishora, no lugar do brasileiro Sarquis José Buainain Sarquis, que retorna ao Ministério das Relações Exteriores. Após a saída de Roberto Azevêdo da direção-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Troyjo passa a ser o brasileiro no posto de maior hierarquia na cena internacional, à frente do NBD, e o primeiro do país a dirigir um banco multilateral. Os sócios-fundadores da entidade representam 4,2 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial e o Produto Interno Bruto (PIB) combinado dos cinco grandes emergentes em Paridade de Poder de Compra é 35% do total mundial (25% em dólar corrente).

No mandato do presidente brasileiro no banco, cuja sede está em Xangai (China), a fatia relativa dos emergentes na economia global deve ultrapassar a parte dos países ricos, em dólar corrente. O NBD também deve deixar de ser um banco do Brics para se tornar o que o seu nome de fato significa: um novo banco de desenvolvimento. A expectativa é de que a presidência brasileira priorize a manutenção da mais estrita governança, auditoria, melhores práticas, e garanta a boa classificação de crédito (AA+).

É esperado também que o NBD busque aumentar o número de atores e atrair mais Estados, municípios, províncias para utilizarem seus serviços. A gestão de Marcos Troyjo deve se destacar por um banco com presença mais enérgica na cena internacional e nos debates globais, inclusive pelo calibre de seus sócios. US$ 50 bilhões é a soma do capital inicial subscrito do NBD, com divisão em partes iguais. Cada um dos cinco sócios ingressará com US$ 2 bilhões, até 2022, e se comprometerá a fornecer os outros US$ 8 bilhões em caso de necessidade. O capital autorizado totaliza US$ 100 bilhões.

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