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Casa Civil: a lógica de Bolsonaro

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Política

Provavelmente, toda a onda para tirar o ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) da Casa Civil não vai resultar em nada. Pelo menos por enquanto. As razões são claras, mas parece que não foram percebidas pelo noticiário.

A primeira razão é que Onyx Lorenzoni é o mais antigo amigo do presidente Jair Bolsonaro em sua aventura presidencial. Quando todos achavam que a ideia de Bolsonaro de concorrer à Presidência era uma piada, Onyx estava a seu lado. E assim permaneceu. Sacrificar o amigo sem uma causa óbvia e por conta do erro de outro não seria do feitio do presidente.

A segunda razão reforça a primeira. O demitido Vicente Santini não era uma indicação de Onyx nem este fazia questão de bancar a sua permanência. Santini foi indicado pelos filhos do presidente. Daí colocar na conta de Onyx a trapalhada do vice-ministro não é justo.

E o esvaziamento da pasta? Basicamente, a transferência do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) era um movimento natural, já que a Secretaria de Privatização fica na equipe econômica. Era uma decisão que aguardava o momento certo para ser tomada e terminou saindo no meio da ressaca causada pelo demitido.

A permanência das PPIs na Casa Civil, no início do governo, resultou das movimentações e restruturações dentro do Palácio do Planalto. A presença do órgão na Casa Civil não cabia na modelagem do ministério de Bolsonaro.

À medida que Vicente Santini e outros, que eram mais relacionados ao PPI foram demitidos, a transferência do programa para a equipe econômica era um movimento natural.

A terceira razão está no comportamento do presidente. Para contrariar o noticiário e as pressões de políticos, Bolsonaro deve prestigiar o amigo mantendo-o na Casa Civil até que decida por uma reestruturação mais ampla – e necessária – de seu ministério.

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