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Crise no PSL embaralha sucessão de 2020

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A crise no PSL que provocou a destituição da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso, posto que agora será ocupado pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO), terá reflexos na disputa de 2020 pela prefeitura de São Paulo (SP).

Ao sair do cargo “atirando” no governo Jair Bolsonaro, Joice inviabilizou a possibilidade de ser apoiada pelo presidente da República. Aliás, vale recordar que Joice Hasselmann já vinha tendo atritos com Bolsonaro e o PSL paulista.

Mesmo após firmar um acordo interno com o senador Major Olímpio (PSL-SP) em torno de sua pré-candidatura a prefeita de São Paulo, Joice continuava tendo a oposição interna do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que aposta na pré-candidatura do deputado estadual Gil Diniz (PSL), conhecido como “Carteiro Reaça”.

Outro evento que afasta Joice Hasselmann do bolsonarismo foi a decisão do presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), em destituir Eduardo Bolsonaro na presidência do partido no Estado. Agora, a presidência do partido em São Paulo será ocupada pelo deputado Júnior Bozzella (PSL-SP).

Joice, que nessa disputa interna está ao lado do grupo de Bivar, continua sendo uma candidata competitiva na capital paulista.

Embora Eduardo não possa ser candidato na capital paulista, pois a Constituição Federal fala que são inelegíveis os parentes do presidente da República, governador e prefeito “no território de jurisdição do titular”, o filho de Jair Bolsonaro, que foi o deputado federal mais votado do país em 2018, será um forte cabo eleitoral.

Assim, como consequência da crise no PSL, deve ocorrer uma fragmentação da direita, já que a tendência é que o presidente Jair Bolsonaro articule a construção de uma candidatura alternativa à Joice no campo da direita.

Entre os nomes cotados estão Gil Diniz, o apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena (Sem partido), e o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP).

Com a direita fragmentada, Joice Hasselmann poderá repensar seus movimentos no tabuleiro da sucessão na capital paulista. Uma das possibilidades é Joice trocar o PSL por um partido de centro e concorrer com o apoio do governador João Doria (PSDB).

A incógnita é saber se Doria está disposto a convencer o prefeito Bruno Covas (PSDB) a desistir da reeleição. Outra possibilidade para Doria, caso Joice resista em compor com os tucanos, é o lançamento do deputado federal Alexandre Frota (SP), que recentemente trocou o PSL pelo PSDB.

Embora o bolsonarismo continue tendo força para levar um candidato ao segundo turno, o afastamento em relação a aliados como Alexandre Frota e Joice Hasselmann pode acabar beneficiando o PSDB e a centro-esquerda, que tem no ex-governador Márcio França (PSB) seu nome mais competitivo.

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