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Infraestrutura terá proteção cambial, diz presidente do BC

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O governo deve anunciar em breve outro sinal reclamado por investidores internacionais interessados no setor de infraestrutura do Brasil. Na quinta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, informou, durante evento em São Paulo, que a instituição está prestes a lançar um projeto de proteção cambial para o segmento, num esforço para facilitar e atrair investimentos para o país. “Finalmente fechamos o projeto, que deve sair em breve”, comemorou.

A ideia é permitir que uma empresa que faz projeto de infraestrutura de longo prazo faça hedge sem ter de pagar impostos pelas oscilações no câmbio. O investidor informa o fluxo de caixa do projeto e, durante o período anunciado por ele, não paga o tributo. “Você não paga imposto na ida e na vinda, mas no resultado líquido final”, explicou o presidente do BC.

Campos Neto observou ainda que a necessidade de criar o projeto de hedge cambial evidenciou-se a partir das conversas mantidas com investidores e fundos de infraestrutura que trabalhavam em outros países, como México e Chile, mas não no Brasil. De acordo com ele, os fundos são forçados a embutir o risco-país nos projetos quando não conseguem fazer o hedge cambial. Assim, os projetos de infraestrutura podem ter rendimentos mais baixos, tornando-se menos atrativos.

Quem elabora um projeto de infraestrutura de longo prazo e acopla uma posição em dólar tem de pagar impostos sobre a valorização da moeda. Todavia, corre o risco de não recuperar esse valor no ano seguinte, mesmo com variação inversa da moeda. “O que precisamos fazer é um hedge de ponta a ponta, como alguns países fazem”, disse Campos Neto, acrescentando que a proposta já está combinada com a Receita Federal.

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