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Clima no PSDB continua ruim

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A manifestação do ex-presidente FHC (PSDB) de que seria um “gesto de grandeza” do presidente Michel Temer (PMDB) pedir a antecipação das eleições gerais é um indicativo das dificuldades que o PSDB encontra para construir sua unidade e enfrentar a atual conjuntura política.

Em um texto encaminhado ao jornal O Globo, FHC diz ter mudado de opinião e que as eleições antes de 2018 representariam um golpe.

A declaração pública do ex-presidente ocorreu poucos dias após a Executiva Nacional do PSDB ter decidido permanecer no governo Temer. Apesar de a decisão ter significado uma importante notícia para o Planalto, que ao menos por enquanto evita um desembarque dos tucanos e de outros aliados, o PSDB continua bastante dividido.

Ao que tudo indica, a decisão da legenda de continuar com Michel Temer foi motivada pelos seguintes fatores:

1) o receio dos tucanos de que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) tenha seu mandato cassado no Conselho de Ética do Senado, presidido pelo senador José Alberto (PMDB-MA). Ou seja, em caso de rompimento do governo, os peemedebistas poderiam votar contra Aécio;

2) o pouco entusiasmo da sigla com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiria o país em caso de queda de Michel Temer antes de 2018;

3) a agenda reformista de Temer, cujo conteúdo é muito similar às bandeiras defendidas pelo PSDB; e

4) uma possível aliança com o PMDB nas eleições presidenciais de 2018.

Além da insatisfação dos deputados federais do PSDB com a decisão da Executiva, o ex-ministro Miguel Reale Junior, autor do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), anunciou sua desfiliação da legenda. Sem falar na manifestação de FHC, que defendeu a saída de Temer antes de 2018.

Ainda sem consenso interno, o PSDB, por ora, segue com Michel Temer. Porém, não há garantias de que os tucanos votarão unidos com o governo, sobretudo na Câmara dos Deputados, onde o movimento em favor do rompimento é mais forte.

A sensação que passa é a de que, mesmo após a vitória de Temer no Tribunal Superior Eleitoral, o PSDB está procurando um motivo para o desembarque.

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