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Até onde irá o fenômeno Bolsonaro?

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O descrédito com a política tradicional, a demanda cada vez maior por mais ética na política e a emergência de uma militância com valores conservadores fortemente engajada, sobretudo nas redes sociais, alavanca o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) como uma opção de poder para as eleições presidenciais de 2018.

Na última pesquisa Datafolha, realizada em Abril, Bolsonaro já aparecia em segundo lugar com 15% das intenções de voto. Para ser ter uma ideia de sua expansão eleitoral, em 2015, o deputado do PSC aparecia com apenas 4%.

Jair Bolsonaro tem seu capital eleitoral concentrado majoritariamente junto a população de elevada renda e escolaridade. Por exemplo, Bolsonaro já atinge 29% das intenções de voto entre os que têm renda familiar mensal de R$ 4,7 mil a R$ 9,4 mil. Entre os brasileiros com renda acima de R$ 10 mil, seu índice vai a 28%.

Uma das explicações para o crescimento eleitoral de Jair Bolsonaro é a desilusão do PSDB, partido que até então tinha a simpatia dessa população mais abastada. Com os principais nomes tucanos citados na Operação Lava-Jato, esse eleitorado se moveu em direção a Bolsonaro.

Bolsonaro dispõe de uma verdadeira legião de seguidores nas redes sociais, onde possui mais de 4,2 milhões de seguidores. Esse “exército de seguidores” compartilha suas postagens.

A militância virtual do deputado do PSC também criou comunidades para divulgar suas ideias. A página “Jair Bolsonaro Presidente 2018”, por exemplo, já possui mais de 400 mil curtidas no Facebook. Outra página que defende suas ideias, “Eu Era Direita e Não Sabia”, já tem 364 mil curtidas também no Facebook.

Apesar das chamadas “minorias” rejeitarem fortemente o discurso conservador de Jair Bolsonaro, sobretudo em relação as questões relacionadas a gênero, ele está em seu sexto mandato como deputado federal. Nas eleições de 2014, por exemplo, foi o parlamentar mais votado do Rio de Janeiro com mais de 460 mil votos.

Mesmo que suas ideias “assustem” uma parcela do eleitorado, a postura de Bolsonaro passa a imagem de autenticidade, daquele político que fala o que pensa, num cenário onde há uma grande desilusão da opinião pública com as últimas escolhas eleitorais.

O que também ajuda Jair Bolsonaro a crescer nas pesquisas é o fato dele não estar envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Outra questão que soma pontos a seu favor é a tese que “bandido bom é bandido morto”, principalmente se considerarmos que há um grande aumento da violência nos grandes centros urbanos.

Um desafio para Bolsonaro até as eleições de 2014 é fazer sua mensagem chegar a um número maior de eleitores, pois as redes sociais concentram apenas uma fatia da população que é mais politicamente engajada.

Porém, a informação trazida pela mais recente pesquisa Ibope, de que as redes sociais/internet influenciará 36% dos brasileiros na hora de definir sua candidato a presidente da República em 2018 é uma notícia positiva para o pré-candidato do PSC. Seu desafio, a partir de agora, é como ampliar a presença na TV, considerado por 35% dos entrevistados como o segundo veículo mais importante na hora de definir seu candidato. Filiado a um pequeno partido, Jair Bolsonaro precisará construir alianças para ampliar sua presença no palanque eletrônico.

Mesmo com a sucessão presidencial do próximo ano ainda distante da agenda, Jair Bolsonaro se transformou num fenômeno, pois é bastante significativo o fato de um deputado federal, que nunca disputou uma eleição majoritária, estar em segundo lugar nas pesquisas presidenciais.

Mais do que isso, Bolsonaro tem sido ovacionado país afora, até mesmo no Nordeste, onde já dispõe de uma rede de seguidores que organiza grandes manifestações em aeroportos.

Ainda é cedo para fazermos projeções a respeito da real capacidade eleitoral de Bolsonaro. Porém, dada a magnitude da crise ética que atinge o país somada a falta de lideranças, seu nome deve sim ser considerado como um player na disputa de 2018 pelo Palácio do Planalto.

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