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Faurie, um novo interlocutor para o Itamaraty

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A diplomacia, muito mais que outras profissões, gera invejas que podem ser atribuídas em grande parte ao desconhecimento de seus tempos, rotinas, das inesgotáveis doses de paciência e bons modos para alcançar seus objetivos. Com frequência a profissão é associada à boa vida, à benesses e em alguns países ao prêmio dado pelo presidente a políticos do seu entorno.

Nos últimos tempos, a diplomacia brasileira passou por grandes sobressaltos, desde a carta branca e total liberdade de ação conferidas por Lula a Celso Amorim, até a rédea curta que Dilma mantinha com Antonio Patriota, Luiz Alberto Figueiredo e Mauro Vieira. Na verdade não é fácil vencer os desafios de ser ao mesmo tempo funcionário do Estado e membro de um governo.

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Não é muito diferente da Argentina, onde como aqui a diplomacia é institucionalizada. Quem lá prepara os diplomatas é o Instituto del Servicio Exterior de la Nación, semelhante ao brasileiro Instituto Rio Branco. O Itamaraty, herdeiro de outras tradições, entretanto, é uma instituição mais consolidada que o Palácio San Martin, sede da chancelaria argentina. Lá tem prevalecido a nomeação de políticos, que seguindo os vaivéns na política nacional, tem levado as prioridades da política externa a oscilar muito mais que a brasileira.

Novo chanceler argentino

O presidente Mauricio Macri acaba de nomear um novo chanceler, o embaixador de carreira Jorge Faurie (pronuncia-se Forí) que antes de assumir é alvo da imprensa comprometida com o anterior governo. Ele é acusado de ter trabalhado com Carlos Menem, de ser diplomata de carreira (como se fosse um demérito) e até de não ter declarado uma sociedade da qual fazia parte com um dos homens de confiança de Menem.

Mas, o fato é que Faurie é um diplomata de primeira linha, que aproveitou as oportunidades para subir na carreira a ponto de ser nomeado, no início do governo Macri, para o desejado posto de embaixador na França, depois de ter organizado o cerimonial da posse.

Faurie é um profissional da política e como tal coordenou o trabalho da equipe de diplomatas da embaixada argentina em Brasília entre 1987 e 1989, sob o comando do embaixador Hector Subiza. Na época, Brasil e Argentina, governos Sarney e Alfonsín, enfrentavam uma crise econômica e financeira e ao mesmo tempo davam os primeiros passos na política de integração, após longo período de desentendimentos.

O primeiro passo dessa nova política foi a inauguração da ponte Tancredo Neves, na fronteira comum, em novembro de 1985. Hoje, a política de integração tenta retomar o ritmo de anos passados, mas será necessário passar a crise política brasileira que desaconselha grandes decisões. O novo chanceler argentino terá como interlocutor preferencial o embaixador Marcos Abbot Galvão, o Secretário Geral, que tem sido nos últimos tempos o fator de estabilidade no Itamaraty.

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