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O DESTINO DO PAÍS NAS MÃOS DO PSDB E DO DEM?

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Impera entre nós duas visões da conjuntura que se opõem, e se digladiam. E ambas de sabor discutível, e repercussão imprevisível.

A primeira prega o acomodamento, o jeitinho. Reza na postura conservadora. A prudência nas decisões, julgando ser possível conduzir o País até as próximas eleições sem maiores traumas ou mudanças. E, nesta visão, sub existem duas alternativas.

Uma é que as provas contra Temer são interpretadas como não contundentes, e seus opositores não conseguem levar o povo as ruas reivindicando sua saída. Dessa forma, ele se mantém no poder e muda sua agenda de reformas, dando prioridade a reforma trabalhista e algumas mudanças no sistema tributário, para torná-lo mais simples e barato aos empresários, e blinde a área econômica. Assim, iríamos chegar em 2018 com um País fora da recessão e com condições de escolher melhor seus dirigentes.

A outra, em face das provas contra o presidente, este seria deposto pelo TSE ou pelo Congresso e este escolheria, portanto de forma indireta, um novo presidente que tivesse três características: estar fora das investigações contra a corrupção; ter experiência da coisa pública e, finalmente, ter um mínimo de trânsito entre os grandes partidos presentes hoje no Congresso Nacional; gozando, portanto de credibilidade junto a Nação. Neste caso levaríamos meses para ter um novo Presidente. Pelo menos três meses, se o Congresso fosse rápido, o que é difícil que aconteça, pois afinal, mesmo neste caso, o Presidente teria forças para criar problemas no trâmite do processo. Seria um impeachment mais rápido do que o de Collor. Ou, no caso de cassação pelo TSE, que este e o STF fossem rápidos no julgamento dos recursos que seriam impetrados pelo Presidente. Ambas as hipóteses, muito difícil de acontecer. O País teria que sangrar ainda uns bons meses, não se sabendo para onde iria a economia. E como chegaríamos em 2018: pronto para escolher um personagem autoritário ou um aventureiro?

Ruptura da ordem

A segunda visão prega a ruptura na ordem. Ou seja, o impeachment do Presidente e a aprovação de uma PEC, permitindo a convocação de novas eleições diretas, já que a previsão constitucional é de eleições indiretas. Aqui também com duas hipóteses. Uma, eleições apenas para o Presidente. Somado ao tempo do impeachment, seria mais três ou quatro meses, pelo menos. E a outra, eleições gerais para a Presidência e para o Congresso. O que tomaria o mesmo tempo, com resultados imprevisíveis. E várias incógnitas. Com quais regras? A de lista, com financiamento público? O Congresso será melhor do que o atual, escolhido sob as mesmas regras? Mais afinado com as classes médias urbanas e seus segmentos corporativos privilegiados ou com as massas excluídas? É uma incógnita e a solução só seria alcançada no final do ano. Pelo menos seis a oito meses de crise, sofrimento e derrapagem da economia. E com a economia, provavelmente em frangalho. O que fará o novo Presidente em um ano de governo? E o dilema da visão anterior persiste: como estaremos em 2018?

O povo dividido

Se as duas visões que se digladiam não são satisfatórias resta apenas uma outra alternativa: a renúncia do Presidente e a escolha de seu substituto de forma indireta, mas recaindo sobre uma figura de credibilidade no País. Haveria um momento de grandes turbulências, mas em 30 dias a estabilidade seria retomada. Neste caso a questão é: o povo terá o discernimento de sair às ruas pedindo, de forma avassaladora, Fora Temer? Aceitaria, este mesmo povo, uma substituição indireta?

O problema para esta saída, aparentemente mais simples e mais racional, é o sentimento que divide o povo. De um lado, a ira contra o Presidente – que tem pouquíssimo apoio popular – em face das denúncias feitas: Temer recebe um personagem suspeito, sem estar na agenda presidencial, sem registro, altas horas da noite, no porão da casa presidencial e escuta as coisas mais escabrosas – como a compra de juízes – e não diz nada. Ademais da denúncia de caixa dois, propina, apropriação ilícita de recursos financeiros e de obstrução da justiça. De outro lado, a sensação de que a economia está mudando, a inflação na metade, as taxas de juro caindo, as expectativas subindo, saldo positivo na balança comercial e o ritmo de desemprego sumindo. Sinais claro de que o ano terminaria com um PIB positivo e novos empregos sendo gerado. Tudo pronto para um 2018 feliz.

Esse sentimento dividido, paralisa parte da população. Dificulta essa última, mais rápida e mais racional decisão. Salvo se os grandes partidos de suporte de Temer, particularmente PSDB e DEM, toparem esta operação de risco. Pois, neste caso o Temer ficaria sem apoio no Congresso com estes partidos e mais o PPS, PT, PSB, PSOL, REDE e PDT contra, somado a muitos parlamentares de outros partidos, inclusive PMDB. Ademais de outros, que se movimentarão pela lei da gravidade do campo político. Com esta situação ir às ruas e obter sua renúncia seria mais fácil. Portanto, com a bola os tucanos e democratas! Contudo, na sua habitual prudência, terão coragem de decisão tão ousada?

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