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Sucessão 2018: Lula cresce e Bolsonaro entra na disputa pelo segundo lugar

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Lula continua na liderança, seguido de Jair Bolsonaro e Marina Silva, é o que mostra a pesquisa Datafolha, sobre a sucessão presidencial de 2018, divulgada no último final de semana.

Foram testados seis possíveis cenários de primeiro e segundo turno. As principais conclusões trazidas pela sondagem foram as seguintes:

LULA NA LIDERANÇA

Mesmo desgastado com as investigações no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente consegue liderar as pesquisas ancorado no piso histórico do PT (30% do eleitorado). Beneficia Lula a imagem de vítima ao se posicionar como “perseguido do poder Judiciário”, a lembrança positiva do crescimento econômico registrado no período em que presidiu o país, e a oposição do ex-presidente a impopular agenda de reformas liderada pelo governo Temer. Todos esses fatores garantem a Lula, caso seja candidato, uma provável vaga no segundo turno. Porém, sua elevada rejeição (mais de 40%) é um obstáculo a nova vitória eleitoral.

PSDB DESGASTADO

Caso os tucanos optem pela candidatura do senador Aécio Neves (MG) ou do governador Geraldo Alckmin (SP), a possibilidade do PSDB sequer chegar ao segundo turno é elevada. Hoje, o nome mais forte do partido é o prefeito João Doria (SP). Além de ter a mesma densidade eleitoral de Aécio e Alckmin, Doria é menos rejeitado e conhecido, além de ter construído a imagem que “não é político, mas um gestor”. Além disso, se for o candidato, Doria possui um perfil de centro-direita capaz de evitar a perda de votos junto ao eleitorado mais conservador para o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

“ANTI-POLÍTICA” EM ALTA

A segunda colocação do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) da ex-senadora Marina Silva (REDE) nas pesquisas, assim como o fato de Doria ser mais competitivo que Aécio e Alckmin no ninho tucano, mostra um espaço aberto para um “out-sider” em 2018. Isso sem falar na disposição do eleitorado em votar em nomes como Sérgio Moro, Joaquim Barbosa e Luciano Hulk. Essas alternativas “anti-sistema” tem conseguido aproveitar a agenda do combate a corrupção e rejeição a política tradicional. Não é por acaso que Bolsonaro é mais competitivo que nomes tradicionais do PSDB, enquanto Moro e Marina são os únicos que aparecem numericamente à frente de Lula nas simulações de segundo turno.

ALTERNATIVAS DE CENTRO-ESQUERDA

Marina Silva (REDE) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) terão dificuldades no tabuleiro caso Lula seja o candidato do PT. Embora Marina desponte em segundo lugar, é pouco provável um eventual segundo turno entre Lula x Marina devido a disposição de parcela do eleitorado em votar num candidato mais conservador. Se Lula não concorrer, as chances de Marina chegar ao segundo turno crescem. Ciro Gomes também melhora seu potencial eleitoral sem o ex-presidente no páreo. Porém, Ciro é menos competitivo que Marina. Alternativas mais à esquerda como, por exemplo, a ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL) tem espaço bastante limitado de crescimento na atual conjuntura. Sem Lula na disputa, o cenário fica ainda mais pulverizado e indefinido.

Veja abaixo os seis cenários de primeiros e segundo turno testados pelo Datafolha:

CENÁRIO 1

O ex-presidente Lula (PT) ampliou sua liderança na comparação com dezembro de 2016 (ver tabela abaixo). Porém, o que mais chama atenção é o crescimento do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que ganhou oito pontos percentuais na comparação com julho do ano passado. Hoje, Bolsonaro aparece numericamente em segundo lugar empatado com a ex-senadora Marina Silva (REDE), que vem numa trajetória de queda. Nota-se que o crescimento de Bolsonaro é inversamente proporcional a queda do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu sete pontos entre julho de 2016 e abril deste ano. Ou seja, parte do eleitorado mais conservador que votava no PSDB está migrando para Bolsonaro. O presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem baixa densidade eleitoral. Brancos, nulos e indecisos somam 21%.

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CENÁRIO 2

Com o governador Geraldo Alckmin (SP) sendo o candidato do PSDB, o cenário pouco se altera em relação a primeira simulação. Lula (PT) também desponta na liderança. Marina Silva (REDE) e Jair Bolsonaro (PSC) aparecem tecnicamente empatados em segundo lugar. O candidato que mais cresce é Bolsonaro (cinco pontos percentuais) em relação a pesquisa anterior. Temer e Ciro tem baixa densidade eleitoral. Brancos, nulos e indecisos somam 20%.

Cenario 2 Lula Bolsonaro Geraldo

CENÁRIO 3

Quando o prefeito João Doria (SP) aparece como o candidato do PSDB, o cenário também é similar aos demais. Lula desponta na liderança com Marina e Bolsonaro disputando o segundo lugar. Porém, Doria e Bolsonaro podem estar tecnicamente empatados quando aplicamos a margem de erro (dois pontos percentuais para mais ou para menos). Temer e Ciro tem baixa densidade eleitoral. Chama atenção o fato do voto de direita/centro-direita, soma dos índices de Bolsonaro e Doria, contabilizar 22%. Ou seja, há uma disposição do eleitorado por um voto mais conservador. Brancos, nulos e indecisos somam 19%.

Cenário 3 Lula Bolsonaro Doria
Veja os demais cenários e outras análises sobre a sucessão presidencial:

Sucessão 2018 (II): Cenários sem Lula aumenta imprevisibilidade
Sucessão 2018 (III): Lula lidera segundo turno, mas cenário está indefinido

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