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Temer e o paradoxo das reformas

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A aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados representa mais um importante avanço da agenda de reformas proposta pelo governo Michel Temer. Recentemente, o governo havia aprovado o projeto da terceirização. Agora, as atenções se voltam para a reforma previdenciária.

Além da importância econômica das reformas, Temer, ao viabilizar a aprovação de temas impopulares, está conseguindo construir a imagem de um presidente reformista, mesmo que a implementação dessa agenda não produza benefícios políticos de curto prazo como, por um exemplo, o aumento de sua popularidade.

Essa agenda de modernização mexe com muitos interesses e áreas sensíveis em meio a uma conjuntura de baixa popularidade do governo, avanço da operação Lava Jato sobre o sistema político e sem a sociedade sentir ainda no dia-a-dia o cenário de melhora captado pelos indicadores econômicos.

Ancorado em uma base parlamentar robusta, onde está concentrada a maior força de Temer, o governo apostou em reformas apesar da rejeição de parcela importante da opinião pública a esses temas.

Transição lenta e gradual

Como consequência, parte da sociedade, que está insatisfeita com a política tradicional, tende a ver o atual sistema político representando ainda menos seus interesses, e continuar avaliando negativamente o governo Temer. Aliás, não é por acaso que a oposição, sobretudo o PT, critica as reformas para mobilizar sua base social.

Nesse cenário, o governo Temer, as reformas e a operação Lava Jato (combate a corrupção) fazem parte do período de transição que estamos vivendo. Esse processo tem o paradoxo como marca, pois necessário realizar mudanças dependendo dos votos/apoio do establishment que, em parte, se beneficia do atual modelo e por isso impõe obstáculos a determinadas modificações.

Esse período de incertezas tem como característica mudanças lentas e graduais. Com isso, há tímidos defensores e fortes opositores. Está em curso no país o debate entre o “velho” e o “novo” Brasil, que tende marcar não apenas o atual governo, mas também a sucessão presidencial de 2018.

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