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Cresce o potencial eleitoral de Lula, PSDB lidera rejeição e espaço para outsider está em aberto

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O Ibope divulgou pesquisa para medir o potencial eleitoral dos possíveis pré-candidatos à presidência da República em 2018. O levantamento foi realizado entre os dias 7 e 11 de abril, portanto antes da divulgação do conteúdo das delações dos ex-executivos da Odebrecht que atingiram o coração do sistema político brasileiro.

As principais conclusões trazidas pela pesquisa são as seguintes:

  1. Apesar do envolvimento do ex-presidente Lula (PT) na Operação Lava-Jato, ele preserva um importante capital político. Cresceu o percentual dos entrevistados que admitem votar em Lula. Outra notícia positiva para o ex-presidente foi a redução de sua rejeição. Caso seja candidato em 2018, Lula teria uma vaga muito bem encaminhada no segundo turno
  2. Os pré-candidatos do PSDB (os senadores Aécio Neves e José Serra, e o governador Geraldo Alckmin) estão desgastados. Aliás, hoje, a rejeição deles é superior à de Lula. Nesse cenário, ganha cada vez mais força o nome do prefeito de São Paulo, João Doria, como potencial candidato tucano ao Palácio do Planalto
  3. Nota-se um espaço de crescimento para os chamados “outsiders” ou “antipolíticos”. Nomes como o do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (Sem Partido), o prefeito João Doria (PSDB), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a ex-senadora Marina Silva (REDE) aparecem bem posicionados na pesquisa
  4. Entre os chamados políticos tradicionais, Lula é quem demonstra maior capacidade de resistência à Lava-Jato, superando nomes tradicionais do PSDB como Aécio, Serra e Alckmin. Porém, por causa da alta rejeição do ex-presidente (mais de 50%), há espaço para o surgimento novidades dissociadas da política clássica. Embora filiado ao PSDB, uma alternativa em potencial é João Doria
  5. Outro nome importante é Joaquim Barbosa. Doria e Barbosa formariam uma interessante chapa para a disputa de 2018. Jair Bolsonaro também pode surpreender, principalmente se o PSDB optar por alguém com baixa densidade eleitoral, o que levaria parte do eleitorado mais conservador a migrar para Bolsonaro
  6. Marina Silva e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também são opções, mas como disputam com Lula parte do eleitorado de centro-esquerda, dependem de que o ex-presidente fique fora da sucessão de 2018 para sonhar com algo maior

Lula tem o maior potencial eleitoral

O ex-presidente foi o único que aumentou seu índice na comparação com as pesquisas de 2015 e 2016. O grupo dos que afirmam que votariam/poderiam votar em Lula deu um salto de 16 pontos. Porém, os percentuais alcançados por Joaqum Barbosa, Jair Bolsonaro e João Doria sugerem que há espaço de crescimento para eles, aproveitando o sentimento antipolítica e a onda conservadora existente em parcela expressiva da opinião pública.

Tucanos lideram rejeição

Os pré-candidatos do PSDB Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin lideram o quesito rejeição. Os tucanos são os mais citados quando os entrevistados respondem em quem não votariam de jeito nenhum para presidente da República em 2018. Apesar da queda na rejeição em relação às pesquisas anteriores, o percentual negativo de Lula ainda é alto. Chama atenção os baixos índices de rejeição registrados por João Doria e Joaquim Barbosa.

“Outsiders” são pouco conhecidos

Nomes como João Doria, Joaquim Barbosa e Jair Bolsonaro, com imagem de outsiders, são pouco conhecidos do eleitorado. Portanto, com espaço para crescimento. Por serem populares – e também rejeitados – nomes como Alckmin, Ciro, Marina, Serra, Aécio e Lula podem ter ainda mais dificuldade para atrair novos eleitores.

Dois possíveis cenários

  1. No primeiro, com Lula sendo o candidato do PT, as possibilidades do ex-presidente chegar ao segundo turno são elevadas. Nesse cenário, haveria o surgimento de uma alternativa do campo de oposição ao PT. Hoje, o nome com maior capacidade de ocupar esse espaço seria João Doria. Porém, caso o PSDB opte por Aécio, Serra ou Alckmin, não pode ser descartada a possibilidade de Jair Bolsonaro, Joaquim Barbosa ou mesmo outro nome vindo da “antipolítica” ocupar esse espaço.
  2. No segundo, se Lula for impedido de concorrer ou desistir da disputa, o eleitorado de centro-esquerda se dividiria entre Marina Silva e Ciro Gomes. Nessa eventual configuração, a pulverização da corrida presidencial seria muito elevada. E até mesmo um segundo turno entre o PSDB e um representante da “antipolítica” não pode ser descartado.

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