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Divórcio entre Renan e o governo?

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Na quinta-feira passada (30), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) postou um vídeo nas redes sociais criticando as medidas econômicas adotadas pelo governo Michel Temer. Veja o vídeo:

E neste domingo (2) o peemedebista voltou à carga, classificando o governo de “errático”:

A manifestação é vista no Palácio do Planalto como um divórcio definitivo entre o senador alagoano e o Planalto. Há rumores de que o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), teria conversado com Renan Calheiros na semana passada e oferecido a ele o Ministério de Portos, a ser recriado. No entanto, a avaliação é que nem mesmo com cargos será possível reverter a posição do senador. Ou seja, ele é visto como um opositor de Temer no Senado.

Desembarque da base aliada

O movimento de desembarque da base aliada liderado por Renan Calheiros tem relação com as eleições de 2018. Além da preocupação com a candidatura à reeleição de seu filho, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), Renan Calheiros está preocupado com sua própria eleição no próximo ano, quando buscará um novo mandato no Senado.

A família Calheiros terá um difícil embate eleitoral em 2018. Renan Filho deverá enfrentar o atual prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), que se reelegeu ano passado derrotando o deputado federal Cícero Almeida (PMDB) com apoio declarado dos Calheiros.

Renan Calheiros, por sua vez, deve ter fortes adversários na eleição ao Senado. Os ex-governadores Ronaldo Lessa (PDT) e Teotônio Vilela Filho (PSDB), os ministros Maurício Quintella (PR) e Max Beltrão (PMDB) e o senador Benedito de Lira (PP) estarão na disputa pelas duas vagas.

Reaproximação com Lula

Como a popularidade do presidente Michel Temer (PMDB) é baixa e o ex-presidente Lula (PT) ainda preserva um importante capital político, sobretudo no Nordeste, Renan Calheiros está se afastando de Temer para se reaproximar de Lula em Alagoas. Nos bastidores já é comentada a possibilidade de ele montar um palanque para o ex-presidente no estado.

Diante desse cenário, o Planalto passará a apostar no presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e no senador Romero Jucá (PMDB-RR) para neutralizar a influência de Renan na bancada peemedebista.

O relacionamento de Renan com os diferentes governos costuma ser marcado por idas e vindas. Ele sabe interpretar a conjuntura política de Brasília como poucos. Portanto, ainda não é possível afirmar que o divórcio entre ele e o Temer é realmente definitivo. Mas o fato é que o senador e o presidente possuem interesses distintos no atual cenário, o que, inevitavelmente, provoca um afastamento.

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