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Protestos registram baixa participação

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Os protestos realizados neste domingo (26), em 103 cidades, pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, que foram protagonistas dos atos em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, tiveram baixa adesão.

Dessa vez, a pauta de reivindicações foi ampla e heterogênea:

  1. defesa da Operação Lava Jato;
  2. contra o voto em lista fechada;
  3. fim do foro privilegiado;
  4. defesa da reforma da Previdência;
  5. revogação do Estatuto do Desarmamento; entre outros.

Políticos como o ex-presidente Lula, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (PMDB-AL) também foram alvos dos manifestantes. Mesmo sem estar na pauta oficial das reivindicações, alguns manifestantes pediram a saída do presidente Michel Temer (PMDB).

Pautas pouco populares

Diferentemente do impeachment de um presidente, como ocorreu com Dilma, as pautas escolhidas pelos movimentos têm baixa capacidade de mobilização. Temas como a oposição ao voto em lista fechada e o fim do foro privilegiado, não são de fácil entendimento para a grande maioria da opinião pública.

Já a reforma da Previdência, por exemplo, é uma agenda impopular, que acaba mobilizando mais opositores que defensores.

Outro assunto, a revogação do fim do Estatuto do Desarmamento, é defendido apenas por grupos ideologicamente localizados mais à direita.

Em relação à Operação Lava-Jato, embora seja uma bandeira altamente popular, o assunto já foi incorporado à agenda da sociedade. Fato que dificulta um protesto de grandes proporções a seu favor.

As críticas ao ex-presidente Lula, Aécio e Renan também não se constituem em novidade, pois eles já haviam sido alvos de protestos anteriores, mostrando o desgaste da política tradicional. Mesmo que a saída de Temer do Palácio do Planalto tenha sido citada, trata-se de um fato quase que irrelevante, pois foi uma bandeira levantada por poucas pessoas que estiveram nas ruas.

De um modo geral, o saldo dos protestos acabou sendo positivo para o governo. Porém, apesar da pouca adesão, constata-se a existência de um setor da sociedade altamente vigilante em relação a Lava-Jato.

Apesar de grupos como o MBL e o Vem Pra Rua serem minoria no conjunto da opinião pública brasileira, nota-se que essa militância localizada à direita, crítica da política tradicional e com alta capacidade de mobilização via redes sociais, é um fenômeno que veio para ficar.

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