Pesquisa realizada pelo instituto Paraná após a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, aponta que o governo Michel Temer (PMDB) terá desafios na apuração das causas do acidente aéreo que vitimou Teori, assim como na escolha de seu sucessor de forma a não passar para opinião pública a impressão que o Palácio do Planalto possa ter algum tipo de interesse em controlar a Operação Lava-Jato.
Para 83,1% dos entrevistados, o acidente que vitimou Teori Zavascki foi crime/proposital. Apenas 15,6% acreditam que a tragédia foi um acidente/fatalidade. Esses números sinalizam que os órgãos oficiais terão que demonstrar o máximo de transparência possível na apuração da tragédia para evitar a disseminação de especulações envolvendo a morte do ministro.
Outro desafio diz respeito à escolha do novo ministro do STF. Segundo o instituto Paraná, apenas 31,1% dos entrevistados são favoráveis a indicação do juiz Sérgio Moro para Supremo. A grande maioria (65%) é contra a escolha de Moro como ministro do STF.
De acordo com o instituto, a maior parcela dos entrevistados receiam que a Operação Lava-Jato não tenha prosseguimento sem Sérgio Moro.
As respostas a esses dois questionamentos mostra que existe uma desconfiança na opinião pública em relação ao futuro da Lava-Jato após a morte de Teori Zavascki. Como trata-se de uma operação com um grande respaldo popular, o Planalto precisa ter o máximo de cuidado para evitar especulações de que estaria atuando contra a investigação.
Aliás, não foi por acaso que no último final de semana, corretamente o presidente Michel Temer afirmou que apenas indicará o novo ministro após o STF definir o novo relator da Lava-Jato.
Como a Lava-Jato é um assunto do Poder Judiciário, Temer acerta ao não escolher o ministro antes da definição do novo relator da Lava Jato, evitando assim a politização do tema.