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Destino

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Presidência da República é destino, sentenciou Tancredo Neves, no alto de sua sabedoria. Michel Temer negociou diretamente com Lula o acordo entre o PT e o PMDB para apoiar a candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto.

No primeiro momento, deu tudo certo. Tempos depois, até os petistas perceberam que a primeira mulher a presidir o país não possuía os requisitos necessários para exercer tamanha responsabilidade. Mandona e incapaz de ouvir. Com ela, negociar jamais.

A administração Dilma foi um completo desastre. Monumental equívoco. Jogou o país numa recessão impiedosa, desemprego alarmante e descompromisso total com a sociedade. A febre amarela, extinta em 1942, reapareceu agora porque cortaram as verbas do velho e eficiente fumacê.

O mosquito não quer saber se ele é municipal, estadual ou federal. Trata de espalhar aquela e outras doenças. Consequência direta do desastre administrativo e da gestão por intermédio de pessoas indicadas pelos petistas. Gente não qualificada para o exercício dos cargos.

A tragédia das prisões brasileiras não é nova. As rebeliões de Manaus, Boa Vista e Natal estão interligadas. Em primeiro lugar, o país vive um verão muito quente. A vida nas penitenciárias, superlotadas, não é fácil. O cheiro de urina, fezes e suor é nauseante, segundo relato de quem esteve nestes depósitos de gente.

Também a corrupção corre solta. Alguns agentes penitenciários cobram propinas para facilitar a vida dos detentos. Resultado é que os presos mandam no pedaço. Eles pagam para ter este privilégio. Aqui em Brasília, preso rico ajudou a construir sua própria cela.

A briga entre facções também não é novidade. A discussão sobre tráfico de drogas é no Brasil assunto teórico. Ninguém enfrentou o problema até agora. Ao contrário, o governo anterior foi leniente com o governo da Bolívia, cujo presidente é líder de cocalero.

Não houve nenhuma ação governamental para reprimir a exportação de drogas para o Brasil. Com a Venezuela, cujos líderes são acusados nos Estados Unidos de tráfico, não há qualquer acordo nem negociação em curso.

Grupos armados no Peru utilizam a fronteira seca para enviar cocaína para o Brasil e o mercado europeu. Os problemas são antigos. Os dirigentes brasileiros decidiram não ver o que ocorria na sociedade nacional.

Essas facções são poderosas. Possuem conexões com grupos armados na América do Sul. Compram e vendem armas e drogas. No nível de 700 toneladas por ano. Perdem 200 por acidentes ou apreensão policial. Além disso, é preciso pagar propinas por todo continente e nos Estados Unidos.

São comercializadas 500 toneladas/ano. É muito dinheiro. Este dinheiro transita nos caminhos indicados pelo sistema financeiro. E sobre eles o governo não exerce qualquer fiscalização efetiva. Os milhões do petrolão e do tráfico de drogas entram e saem do país com facilidade.

Os níveis de educação pioraram nos últimos anos. O analfabetismo aumentou. O país se deteriorou. Descobriu-se agora que o Brasil está em penúltimo lugar no ranking de competitividade de países com economia semelhante. A Argentina está na última posição. Para onde a vista alcança, as notícias são pavorosas.

Os estados estão quebrados. Não há dinheiro para pagar salários, os serviços essenciais estão parando, um após outro. A delegacia do Catete, no Rio, funciona porque os moradores do bairro fornecerem papel, cafezinho, objetos de higiene. Os donos de bares e restaurantes facilitam uma quentinha. Tudo é improviso.

Ninguém chega a uma situação dessas do dia para noite. Há ex-governadores presos, políticos de todos os matizes estão atrás das grades. Eles desviaram escandalosamente dinheiro de merenda escolar, de pagamentos de aposentados, de verbas destinadas a obras.

Conseguiram, no caso do Rio de Janeiro, fechar a catedral gótica do futebol internacional, o Maracanã. Ocorreu um caminhar lento, obstinado e dirigido para o desmonte da sociedade nacional. Não foi por obra do acaso que o governo anterior retirou todas as câmeras de segurança no Palácio do Planalto. A presidente Dilma foi mais longe: extinguiu o gabinete de segurança institucional.

Michel Temer assumiu a cadeira principal no espaçoso gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto por consequência de circunstâncias ou da soma de coincidências. Sua tarefa não é fácil, simples ou rápida. Mas se ele recolocar o país no caminho de crescimento econômico, traçar diretrizes razoáveis na questão penitenciária e suportar o bombardeio da Lava-Jato terá conseguido realizar proeza impressionante.

Os ingredientes não lhe facilitam o destrinchar dos problemas. Há, ainda, Trump em Washington e a morte de Teori Zavascki. Mas é oportunidade única. Afinal de contas, o destino o colocou na presidência da República.

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