Cármen Lúcia Antunes Rocha, ministra do Supremo Tribunal Federal desde 2006 por indicação do ex-presidente Lula, assumiu a presidência do STF dia 12 de setembro, como a segunda mulher a alcançar o mais alto posto na Corte. Foi a primeira a presidir o Superior Tribunal Eleitoral (STE). Em recente entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, questionada se considerava-se uma ministra liberal ou conservadora respondeu: “sou mineira, nunca saberão!”
A ministra Cármen Lúcia esteve presente e atuante nas mais importantes decisões da recente história do STF e seus votos sempre foram notáveis pela ponderação e busca incessante do bem maior. Em sua posse, quebrou o protocolo saudando em seu discurso a mais alta autoridade presente, segundo ela, o cidadão. A ministra nasceu em Montes Claros (MG) e formou-se em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC). Conhecida pela austeridade e eficiência, sua gestão à frente do Supremo promete ser de muito trabalho e mudanças. Cármen Lúcia não está presente nas redes mas está sempre sob o olhar atento dos veículos de comunicação. Veja a seguir como a presidente do STF está sendo percebida:
Bola Fora | Bola Dentro |
Declarou-se impedida de votar sobre correção inflacionária das poupanças afetadas pelos planos econômicos dos anos 80 e 90, seu pai tem um processo em curso. | Conhecida por sua eficiência e celeridade em uma única sessão em que substituiu Ricardo Lewandowski julgou 50 processos, contra 5 em média do antigo presidente. |
Disse ter estudado português e que deveria ser chamada de presidente. A frase soou como uma crítica direta à Dilma Rousseff, que preferia o termo presidenta. | Mesmo religiosa se posiciona de maneira a privilegiar o que lhe parece mais correto. Foi favorável ao aborto de fetos anencéfalos e à união homoafetiva. Também levanta a questão do feminismo e da proteção às crianças e idosos. |
Durante a fase de denúncia do Mensalão teve vazada uma conversa com Ricardo Lewandowski que dava a entender que Eros Grau teria feito acordo com o Planalto para rejeitar a acusação. | Faz intenso trabalho de campo seja pesquisando, seja visitando os locais sobre os quais incidem os processos como o presídios de Pedrinhas no Maranhão. |
Pessoa simples, que evita luxos, dirige o carro próprio e usa o carro oficial apenas a trabalho. Já deixou claro que pretende mexer no estatuto do judiciário com relação a benefícios e privilégios dos magistrados. |
Posse no STF
Além da quebra de protocolo em seu discurso inicial, saudando primeiramente o cidadão, a ministra dispensou a tradicional festa custeada por associações de magistrados em todas as posses de ministros da Corte. E deixou claro a que veio dizendo, “não gosto de festa, mas de processo”. Veja o seu discurso da cerimônia de posse:
Veja alguns tuítes sobre a ministra Cármen Lúcia:
Ministra Cármen Lúcia defende liberdade de expressão em seminário em SP: https://t.co/0ey7hcE1QP
— STF (@STF_oficial) 20 de outubro de 2016
Cármen Lúcia pede para ser chamada de ‘presidente’ e não ‘presidenta’ https://t.co/zxnW6D6E0Z pic.twitter.com/oCH3cBNulv
— UOL Notícias (@UOLNoticias) 20 de agosto de 2016
Cármen Lúcia recebe crianças no STF e fala em melhorar processo de adoção no País https://t.co/ybmdHG21HW pic.twitter.com/kUj3Na2XBR
— Estadão (@Estadao) 12 de outubro de 2016
Cármen Lúcia, nova chefe do STF, cumprimenta primeiro ‘cidadão brasileiro’, depois Temer https://t.co/MjSMFRIe7q pic.twitter.com/WFlFAAveOE
— G1 (@g1) 12 de setembro de 2016
Disciplina contra extravagâncias
A Folha traçou um perfil de Cármen Lúcia destacando seu passado no internato de freiras como origem de sua disciplina. Citaram votações importantes e as mudanças que a ministra deseja fazer no Judiciário durante a sua gestão.
Roda Viva
Cármen Lúcia foi a entrevistada da semana no programa Roda Viva, onde um grupo de jornalistas pode perguntar sobre temas espinhosos como a Operação Lava Jato, a opinião da juíza sobre colegas e políticos, além de temas de interesse nacional como a recente decisão do STF sobre a execução de pena após condenação em segunda instância. A presidente do STF foi extremamente diplomática e procurou responder à todos as perguntas exceto uma por ainda estar transitando no STF.