De acordo com levantamento da Arko Advice sobre tendências eleitorais, o segundo turno das eleições municipais deste ano deve confirmar a vitória dos partidos mais à direita – ou ao centro-direita –, que venceram o primeiro turno do pleito (PSDB, PMDB, PSD, PP).
É o que apontam as disputas tanto nas capitais quanto nas 15 mais populosas cidades do país. Um exemplo é o Rio de Janeiro, onde o bispo Marcelo Crivella (PRB) está batendo Marcelo Freixo (PSOL) por 48% a 25%. Em Belo Horizonte, João Leite (PSDB) vence Alexandre Kalil (PHS) por 36% a 29%.
Em Porto Alegre, outro tucano, Nelson Marchezan Júnior, está à frente de Sebastião Melo (PMDB) por 45% x 33%; enquanto, em Recife, Geraldo Júnior (PSB) ganha de João Pedro (PT), por 47% a 34%. Conforme o estudo, o PSDB deve eleger seis prefeitos no próximo dia 30, somando um total de oito, ao lado dos dois escolhidos no primeiro turno.
Mudança de direção
Até a eleição, os intérpretes da coloração dos eleitores afirmavam que o Brasil era um país sob domínio da esquerda. A avaliação se baseava no predomínio de 13 anos de PT, legenda que, em 2003, teria substituído a duradoura hegemonia da direita.
O traço comum entre ambas as correntes é o fato de o conforto do poder ir minando aos poucos o comportamento de quem comanda, tornando-o vulnerável à corrupção, leniente com normas e insensível às mazelas da população.
É quando o eleitor se rebela e depõe a velha ordem por meio do voto, como aconteceu no dia 2 de outubro com o PT, a ponto de, em São Paulo, o partido ter sido derrotado em todas as zonas eleitorais. Esquerda e direita, portanto, estão expostas ao mesmo fenômeno. A diferença é que o PT prometeu ser diferente e o único contraste com os demais partidos foi a intensidade com que cometeu os mesmos erros que jurou não cometer.
O Brasil incorporou-se, assim, à experiência dos países regidos pela democracia, onde prevalece a seguinte regra:
Quanto mais longo o período de mando de um partido, maior sua exposição aos erros e aos desmandos que só a alternância corrige.