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João Capiberibe considera possível salvar Dilma

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Na contramão dos números lançados até o momento, o senador João Capiberibe (PSB-PA) não descarta a chance de reversão do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado. Em entrevista ao blog, ele disse que oito ou dez senadores que votaram na pronúncia, fase de aceitação do impedimento, estão em dúvida sobre como votarão. O governo, no entanto, já contabiliza 61 votos favoráveis ao impeachment. Veja a entrevista com o senador:

Ainda é possível reverter o impeachment?

Desde que se instalou o debate sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, eu me posicionei contrário ao processo porque sinto que não resolve a crise. Pelo contrário, aprofunda. Há uma crise ética, porque falta legitimidade política que atinge o Congresso. O Congresso tem legitimidade pelo voto do cidadão. Mas, pelas inúmeras denúncias, ele também perdeu a legitimidade para se constituir em tribunal e fazer de seus membros juízes para julgar a presidente da República.

Por que o senhor é contra o processo?

Esse processo é uma encenação, uma pantomina, que esconde a nossa incapacidade como representantes políticos de dar uma condução ao país que pudesse ir ao centro da crise. Portanto, eu considero que esse processo não vai resolver nada. Qualquer que seja o resultado, nós só vamos aprofundar uma divisão na sociedade. Eu acho o processo de uma burrice sem precedente. Aliás, precedente tem, mas na época nós éramos aprendizes de democratas. Foi em 1992, com o impeachment do Fernando Collor. É bom lembrar que nós tivemos uma ditadura. Estávamos recém-saídos da ditadura quando se procedeu o impeachment de Fernando Collor. Aquele precedente foi ruim para a democracia, e, hoje, ele está se repetindo, guardada as devidas proporções.

Mas o governo tem voto suficiente para o impeachment…

Temos entre oito ou dez senadores que votaram pela aceitação da denúncia, pela pronúncia, mas que se reservam o direito de votarem diferente no mérito. Ou seja, na próxima votação de terça ou quarta, esses senadores podem modificar o consenso de que a presidente Dilma não volta. Se eles decidirem votar diferente da pronúncia, a presidente Dilma tem chance, sim, de voltar.

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