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Da crise para o Brasil que queremos

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Vivemos um momento de crise política, econômica e sobretudo de valores e hábitos. Chamo a atenção para uma profunda crise moral, onde autoridades estão envolvidas em crimes de corrupção e obstrução da justiça, infrações éticas e atos de improbidade. Apesar da angústia e sofrimento provocados pela crise ela pode ser um instrumento que possa tirar as pessoas da zona de conforto, despertando a criatividade.

Crise x Brasil

Segundo Leonardo Boff podemos aprender com a crise brasileira e avançar nos sonhos e utopias no Brasil que queremos e não o País que herdamos sem democracia plena e injusto. Podemos avançar na superação da vergonhosa desigualdade social caracterizada por uma perversa concentração de terras, de capitais e de uma dominação do sistema financeiro, com bancos que extorquem o povo e o governo cobrando-lhe um superávit primário absurdo para pagar os juros da dívida pública. Segundo Boff precisamos reinventar o Estado nacional que atende as classes que detém o ter, o poder, o saber e a comunicação que atende as demandas das oligarquias, deixando sempre o povo de fora. Assim, se faz necessária uma reforma política, com uma nova constituição, fruto da representação nacional e não apenas partidária.

Em 2015 foi instituído o Movimento 2022 – “O Brasil que queremos”, uma parceria da Universidade de Brasília com a ONG União Planetária. O objetivo do Movimento, que é suprapartidário, supra religioso e supra ideológico, é pautar a sociedade na análise e proposição de medidas necessárias para alcançar o Brasil que queremos, com vistas à celebração do 2º Centenário da Independência em 2022. Um de seus fundamentos é a promoção e consolidação de virtudes (fraternidade, ética, solidariedade, etc.) que deverão ser assentadas no incentivo e florescimento dos valores imateriais éticos positivos. Ele se propõe a construir uma nova agenda por meio de diálogo político e construtivo que visa a extinção das desigualdades e o respeito às regras de um mundo civilizado. Os diálogos serão discutidos em grupos de estudos: ciência, tecnologia e inovação; construção geográfica do espaço, cultura; ecologia e sustentabilidade; educação; ética; infância; meios de comunicação; política; relações internacionais, saúde e socioeconômico.

Algumas perguntas foram já formuladas nos diferentes grupos de estudos, entre elas: Como encantar a educação, fazendo da escola um local atrativo? De que modo se pode articular as universidades e demais instituições de pesquisa a outros setores da sociedade, visando diminuir as desigualdades sociais? Numa comunidade ética, qual é o valor que se deve atribuir ao agir político? Com que medidas a sociedade (governo, empresas, cidadãos) pode reduzir as desigualdades sócio espaciais em nossas cidades, sobretudo nas metrópoles? Que modelos de geração de energia limpa são viáveis para implantação imediata, e quais são as pesquisas apontam como perspectivas para o futuro? Por que um país independente, como o Brasil, ainda é tão colonizado em seu imaginário por produtos enlatados e notadamente voltados para a difusão de cenários de violência e de solução de anseios e conflitos por meio da violência? Qual aprimoramento democrático é possível e desejável ao nosso sistema político? Quais são os maiores desafios nas relações internacionais que precisamos enfrentar para impulsionar e acelerar o processo civilizatório da humanidade? Por que a saúde pública brasileira está sempre tão ruim e deficiente? Como resolver a questão do superávit primário? E a questão do pagamento do serviço da dívida? Deverá ser feita uma auditoria cidadã da dívida? A democratização das informações e da comunicação são indispensáveis a uma reforma política?

Nesse momento de crise, a respostas a essas e outras perguntas é um desafio que deverá envolver a todos. Não vamos nos omitir para não corrermos o risco de sermos protagonistas do pensamento de Dante Alighieri: “No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.

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