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Temer e o desafio de lidar com um país dividido

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O governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), enfrenta o desafio de lidar com uma opinião pública que está dividida em relação ao futuro do país. É o que aponta a mais recente pesquisa Ibope. Os otimistas (“muito otimista” e “otimista”) contabilizam 31% dos brasileiros. Já 30% não estão “nem otimista, nem pessimista”, enquanto 34% está pessimista (“pessimista” e “muito pessimista”) em relação ao futuro.

tabela 1

De acordo com a sondagem, a atual situação é parecida com a vivida em novembro de 1992, quando Itamar Franco assumiu o posto de presidente após a saída de Fernando Collor do cargo. Naquela época, o pessimismo era ainda maior: 40%. Otimistas somavam 27% e 25% não pendiam para nenhum dos lados.

Quando questionados sobre as investigações do Ministério Público contra agentes políticos e o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a maioria (53%) avalia que “tudo continuará sendo a mesma coisa”.

tabela 2

Outra informação interessante da pesquisa foi que, apesar da maioria dos brasileiros serem favoráveis ao impeachment de Dilma, a maioria dos entrevistados (63%) acredita que deputados e senadores atuaram em benefício próprio e defenderam interesses dos partidos e de instituições privadas no processo de impeachment.

Apenas 23% considera que os parlamentares agiram em benefício dos interesses do país e da população brasileira. 

Há também quem pense que eles atuaram dessas duas maneiras. Esses somam 8%.

Com base nos números do Ibope, podemos observar um ceticismo em relação ao futuro por parte dos brasileiros.

Embora haja espaço para o presidente em exercício, através de uma agenda positiva, aumentar o otimismo dos brasileiros nas próximas sondagens, parte expressiva da opinião pública acredita, ao mesmo tempo, que o Brasil não será um país mais honesto. E também avalia que a maioria do Congresso Nacional pensou mais em seus interesses que no futuro do país na votação do impeachment de Dilma.

Esse ceticismo é consequência de uma combinação de crises (econômica, política e de representação), que provoca uma dissociação entre a prática do sistema político e a visão que a sociedade possui em relação a política.

Nessa conjuntura, o PMDB, agora na condição de protagonista, precisará dar respostas a uma série de desafios: recuperar a atividade econômica, melhorar o relacionamento com o Congresso e ainda gerenciar o impacto que a Operação Lava-Jato poderá produzir.

Como muito bem sintetizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em sua entrevista para a “Folha de S. Paulo”, no último sábado (21): o PMDB terá que demonstrar que possui capacidade de apontar um rumo ao país.

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