O Supremo Tribunal Federal julga, nesta quarta-feira, a legalidade da nomeação e posse do ex-presidente Lula para a Casa Civil da Presidência da República. Se o ato for ratificado, a oficialização do papel de Lula como articulador político representará a última cartada do governo para tentar evitar a aprovação do impeachment pelo Senado.
Com Lula na Casa Civil, o que o governo ganha?
No caso de o STF confirmar a posse, o governo ganha um pouco mais de fôlego. Com a ajuda de Renan Calheiros (PMDB-AL), responsável pelo andamento do processo, o ex-presidente tentará ganhar tempo. Dificilmente terá sucesso, pois a saída de Dilma é dada como fato consumado pelo mundo político.
Já há maioria segura para aprovar a admissibilidade do impeachment também no Senado, o que resultará no afastamento da presidente da República por 180 dias em pouco mais de uma semana. Com isso, espera-se que todos os ministros petistas deixem seus cargos, num gesto de solidariedade à presidente.
Se o STF não permitir a posse de Lula, o processo de impeachment poderá ser agilizado. É possível, então, que liberado da solidariedade a Dilma, Renan Calheiros assuma uma posição menos colaborativa com o governo.