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A desvantagem do governo na batalha do impeachment

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Além da derrota na Comissão Especial, que aprovou o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o governo enfrenta uma série de problemas de articulações na reta desta batalha.

Desvantagens do governo:

  1. PV, PSB, REDE e PRB, que juntos somam 64 deputados, fecharam questão em favor do impeachment;
  2. As bancadas ruralista e evangélica declararam apoio ao afastamento de Dilma;
  3. O PP anunciou o desembarque da base aliada. Sua bancada federal vai votar no processo de impeachment contra Dilma. O ministro Gilberto Occhi, da Integração Nacional, deixará o cargo;
  4. O líder do PR, Maurício Quintella (AL), abdicou da liderança do partido para votar a favor do impeachment. Embora o PR tenha anunciado sua posição contra o impeachment, há espaço aberto para “traições”, pois a legenda não “fechou questão”;
  5. O PTN, tem possui 13 deputados, e chegou a receber a oferta de um ministério para votar contra o impeachment, está dividido;
  6. Também preocupa o governo o voto do líder do PSD e presidente da Comissão Especial do impeachment, deputado Rogério Rosso (DF), em favor do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) que pediu o afastamento de Dilma;
  7. O acerto do vice-presidente Michel Temer com o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), liberando a bancada peemedebista na Casa durante a votação do impeachment, foi outro fato negativo. A aproximação entre Temer e Picciani representa uma grande derrota para o governo. Hoje, a maior parte da bancada do PMDB vota no afastamento de Dilma.

Esse conjunto de notícias adversas, somado a tendência captada pela pesquisa diária que o jornal “Estadão” está realizando junto aos deputados federais mostra que o Palácio do Planalto entra em desvantagem na reta final da batalha.

A sondagem revela que nos últimos sete dias, 66 deputados que estavam indecisos ou não haviam respondido a pesquisa, se posicionam aderiram ao do impeachment. Já os contrários ganham apenas 15 deputados no período (ver tabela abaixo).

tabela

Hoje, para chegar aos 342 votos necessários para aprovar o impeachment no plenário da Câmara, a oposição precisa obter mais 42 votos. Já o governo, que tem 125 dos 172 necessários para barrar o impeachment, enfrente o desafio de conseguir 47 votos.

Entre os partidos considerados decisivos para desfecho do caso (PMDB, PP, PR e PSD), o quadro também é adverso.

No PMDB, no período de seis a 12 de abril, cresceu de 32 para 38 os deputados favoráveis ao impeachment, enquanto os contrários subiram apenas de três para sete parlamentares.

No PP, aumento de 16 para 25 deputados aqueles que estão ao lado da presidente. E somente de oito para nove parlamentares aqueles que rejeitam o processo.

No PR, o apoio ao impeachment cresceu de 12 para 18 deputados, enquanto os contrários foram de três para seis parlamentares.

E no PSD, aumentou de 15 para 22 os votos pró-impeachment; os contrários ganharam apenas um adepto (eram cinco e, agora, são seis)

Desde o início da pesquisa realizada pelo “Estadão”, cerca de 9,42 deputados por dia declararam voto em favor do impeachment. Mantida essa tendência até o domingo (17), chegaremos ao dia da votação com 347 parlamentares favoráveis ao afastamento de Dilma. Número um pouco acima dos 342 votos necessários para aprovar o impedimento da presidente.

Outro dado negativo para o governo é que, desde o início da pesquisa, o movimento contrário à derrubada da presidente agregou apenas 2,14 deputado por dia. Assim, mantida a tendência, Dilma só conseguirá escapar por meio abstenções ou ausências, já que o Palácio do Planalto encontra grandes dificuldades para conquistar novos deputados para votar na presidente.

Apesar da tendência negativa captada na pesquisa e da conjuntura política, o governo ainda não está morto. Mesmo após a derrota na Comissão Especial do Impeachment, o jogo no plenário não será o mesmo e o resultado deve ser apertado. Porém, ainda que por uma pequena margem, hoje, o cenário se desenha contrário aos interesses do governo.

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