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Instabilidade da oposição dá trégua ao governo

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A oposição retornou do recesso parlamentar discreta e indisposta a endurar contra o governo da presidente Dilma Rousseff, dando fôlego à petista na luta contra o impeachment, que será discutido em comissão especial neste primeiro semestre.

A maior reticência ao afastamento de Dilma está entre os tucanos, que não saem do muro. O estilo “insosso” vem incomodando até aliados. “Precisamos encabeçar as manifestações, levar a população às ruas”, afirma, resiliente, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

Como pano de fundo, encontra-se a divisão entre caciques tucanos. Presidente nacional do partido, o senador Aécio Neves (MG) assanhou-se com a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubar a chapa eleita e liderada por Dilma, com Michel Temer de vice-presidente, em 2014.

O sonho vem de um aliado antigo, o ministro Gilmar Mendes, que assumirá o comando do tribunal em maio. Mendes é conhecido por ser contra a corrupção instalada em 13 anos de governo do PT.

Candidato pelo partido à Presidência da República por duas vezes (2002 e 2010), o senador José Serra (SP) é frontalmente contrário à cassação da chapa. Serra é aliado do vice-presidente e não descarta abandonar o ninho para filiar-se ao PMDB. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, comunga da opinião de Serra. Ele flerta com o PSB, de Eduardo Campos, que anda órfão desde o trágico acidente que o levou à morte.

Mesmo enrolado na Operação Lava Jato, que apura a corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o maior rival de Dilma na discussão do afastamento.

Cunha conta com o apoio do Solidariedade, partido comandado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força. “O impeachment está mais vivo do que nunca”, diz Paulinho.

Quem deixa o governo apavorado são os aliados, que flertam entre a fidelidade e a disputa por cargos e emendas. Vem da base aliada o maior desafio de Dilma: reagrupá-la para superar o impeachment e tocar projetos econômicos de interesse do Brasil. Dilma não tem motivo para reclamar da mansa oposição que enfrenta no Congresso.

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