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A receita de Lula

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Uma das razões que levaram à substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda foi a forte pressão exercida pelo ex-presidente Lula. Enquanto Levy defendia a necessidade de se fazer o ajuste fiscal, Lula queria mais crédito para estimular a economia.

Em novembro do ano passado, Lula defendeu que o governo precisava vender um discurso de esperança. Em sua primeira entrevista em 2016, a economia esteve no centro de sua fala. Afirmou que as medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff em 2015 foram diferentes do que fora prometido durante a sua campanha eleitoral e que por isso “perdemos nossa gente”. Mais: o governo não conseguiu atrair o mercado para o seu lado.

De acordo com Lula, já que Levy saiu, a presidente deve vir a público explicar para a sociedade o que muda de agora em diante. Deu claros sinais de que continuará interferindo no debate econômico e deu a receita de medidas econômicas que, segundo ele, devem ser anunciadas em breve pelo governo.

Para o ex-presidente, já que aprovar aumento de impostos é difícil por conta do clima político no Congresso, é necessário se concentrar na retomada do crescimento econômico, na geração de emprego e no controle da inflação. Isso somente será alcançado se houver investimento público. Essa seria a forma de convencer o setor privado a fazer o mesmo.

A receita do ex-presidente é que haja uma forte política de financiamento por parte do governo federal. Ressaltou que é necessário retomar o Programa de Investimento em Logística (PIL) e o programa de concessões. “Poderia se tentar ver como está o crédito consignado e fazer uma forte política de crédito consignado, acertada com o movimento sindical e os empresários. Se a gente fizer tudo isso, a gente faz a roda da economia girar. Aí o governo vai arrecadar mais e ter mais capacidade de investimento”, declarou.

Lula também afirmou que se dedicará às eleições municipais. Embora no próprio PT haja o reconhecimento de que o partido sairá menor das eleições municipais de outubro, ele disse que trabalhará de forma intensa para garantir uma boa performance do PT. Chegou a citar nominalmente apoio à reeleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Durante a entrevista, Lula estava à vontade – os jornalistas eram simpatizantes do PT e aliados do ex-presidente. Apontou excessos na investigação da Operação Lava-Jato, falou de denúncias envolvendo seu nome e o de pessoas próximas e dos ataques que vem sofrendo por parte da grande mídia.

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